Localizada na baía de Nagasaki, a ilha Hashima foi estabelecida em 1887 pelo grupo Mitsubishi. O mega conglomerado de empresas construiu uma mini cidade para servir de abrigo a todos os funcionários envolvidos na exploração submarina de carvão, essencial para movimentar as máquinas e gerar energia no período de industrialização da era Meiji, um período de progresso nunca visto no país.
Cercada por um resistente muro quebra-mar, Hashima é também chamada de Gunkanjima pelos japoneses, ou ilha encouraçado, uma vez que lembra um navio de guerra quando vista de cima. Há uma nota sombria sobre o lugar: foi lá que os japoneses usaram mão de obra escrava chinesa e coreana para fazer o duro trabalho de mineração, algo que cessou após a derrota do país na Segunda Guerra Mundial.
A mineração foi abandonada em 1974, após as reservas naturais de carvão se esgotarem. A população, que chegou a ter mais de cinco mil pessoas, deixou rapidamente a ilha. E o que ficou virou ruína ao longo das décadas.
À essa altura, Hashima virou atração instantânea para aquele tipo de turista que curte lugares urbanos abandonados, exemplo de Chernobyl e de Fukushima, onde um acidente nuclear em uma usina fez com que a cidade e arredores fossem abandonados em 2011.
Os mais de 40 mil metros quadrados incluem prédios residenciais abandonados e outras instalações necessárias para suprir todas as demandas de uma população respeitável.
Como a conservação ficou abandonada, as ruínas foram retomadas em parte pela natureza. O que só aumentou o ar pós-apocalíptico do lugar. Hashima foi até cenário do 007. Lançado em 2012, o filme Skyfall tem belas cenas filmadas em meio aos destroços. Nada melhor para formar mais um cenário exótico da série. Porém, as filmagens mais detalhadas foram feitas em... Macau, antiga colônia portuguesa nas proximidades de Hong Kong.