08/09/2019 às 16h51min - Atualizada em 08/09/2019 às 16h51min

Bolsonaro passa por cirurgia e está bem.

Deverá receber alta daqui alguns dias.

Ricardo Strauss

O médico Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, cirurgião-chefe que realizou a operação de correção de hérnia incisional em Jair Bolsonaro neste domingo (8), disse que o presidente deverá receber alta médica em torno de cinco ou seis dias.

 

De acordo com Macedo, Bolsonaro deverá estar apto a viajar em sete a dez dias. Se a estimativa for concretizada, o presidente poderá comparecer para discursar na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 24 de setembro, em Nova York. Antes da cirurgia, Bolsonaro disse que iria ao encontro até "de cadeira de rodas ou de maca".

 

“A cirurgia transcorreu muito tranquila, não houve nenhuma sutura intestinal, não houve sangramento, a gente imagina que após a alta, se tivermos a alta em cinco dias, ele deve viajar em sete dias, mais tardar em 10 dias”, disse o cirurgião em entrevista coletiva no início da tarde de hoje no hospital Vila Nova Star, na capital paulista, onde ocorreu o procedimento.

 

Entenda a cirurgia de hérnia incisional

 

Segundo o primeiro boletim médico divulgado após a cirurgia, Bolsonaro apresenta quadro clínico estável. A correção de hérnia incisional foi feita com a técnica de herniorrafia com implantação de tela, e foi bem-sucedida. Teve início às 7h35 e foi concluída às 12h40.

 

O cirurgião ressalvou que a operação demorou mais do que o previsto em razão de o intestino no presidente da República estar fortemente aderido na parede abdominal.

 

“Normalmente uma hérnia não demora tudo isso que demorou. Mas aí a gente não contava que tinha aderido tudo de novo em relação a cirurgia de 28 de janeiro. Isso teve de ser feito com muito cuidado, você não pode machucar o intestino em hipótese nenhuma. Teria sido melhor se [a cirurgia] fosse com duas horas, teria sido mais fácil", disse.

 

O médico apontou ainda que a hérnia desenvolvida por Bolsonaro decorreu do ferimento da facada e das cirurgias posteriores. “Houve uma lesão grave da parede abdominal que ficou muito fraca. Além disso, durante a facada ele desenvolveu uma peritonite, no dia 12 de setembro do ano passado ele foi operado já aqui em São Paulo dessa peritonite. Isso infectou muito a parede, deixou a parede muito enfraquecida, o que necessitou [agora] da correção dessa hérnia”.

 

Segundo o médico, há uma pequena chance, de aproximadamente 6%, de haver uma recidiva da hérnia, ou seja, o problema voltar a ocorrer no mesmo local. O cirurgião, no entanto, diz que encontrou tecidos em boa condição e que a probabilidade de isso ocorrer é muito pequena.

 

“O tecido que nós conseguimos unir e reforçar é um tecido mais musculoso, mais forte, mais nutrido, então é difícil de se imaginar que vai haver recidiva. Ele [Bolsonaro] está do ponto de vista clínico, do ponto de vista geral, muito bem, não tem sinais de cansaço, de esgotamento de nada”, disse.

 


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