A tecnologia chegou ao campo e mudou de forma definitiva os meios de produção agrícola. Alta conectividade, biotecnologia, as novas ferramentas digitais modificaram e otimizaram todas as etapas do ciclo produtivo. O agronegócio ganhou maior produtividade, redução de custos, agilidade e segurança alimentar para os consumidores. É a Agricultura 4.0 que chegou para ficar.
A Agricultura 4.0 refere-se a um conjunto de tecnologias digitais de ponta integradas e conectadas por meio de softwares, sistemas e equipamentos capazes de otimizar a produção agrícola, em todas as suas etapas.
Com a popularização da internet a partir dos anos 90, as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) se expandiram exponencialmente, uma vez que o potencial de integração evoluiu de modo antes inimaginável. O resultado foi a criação de uma série de sistemas e plataformas que elevou a produtividade em diversos campos, inclusive na agricultura.
Segundo o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,5 milhão de produtores rurais acessam dados por meio de dispositivos eletrônicos, número 1.900% superior ao de 10 anos atrás. (Pesquisa FAPESP)
Vantagens da agricultura 4.0
Soluções relacionadas à agricultura 4.0 promovem um trabalho mais conectado e automatizado.
Com isso, a tomada de decisões na fazenda passa a ser orientada em dados retirados do clima, da terra, da lavoura e do mercado agrícola.
Os principais elementos utilizados nesta forma de planejar e manejar a agricultura estão baseados em:
Estas inovações ocorrem a partir de dispositivos conectados e integrados que permitem a automação dos processos.
Burocracia: um desafio a ser superado
Mesmo com toda essa tecnologia no campo, a burocracia é um dos entraves na atuação do agronegócio brasileiro e prejudica o potencial competitivo do segmento. Segundo o próprio Tribunal de Contas da União (TCU), só em 2018, o agro perdeu 162 bilhões de reais devido ao excesso de burocracia.
Um dos principais desafios é o elevado número de dias e de processos necessários para a abertura, regularização de operação e fechamento de empresas rurais e urbanas. Esse decurso temporal é de aproximadamente 80 dias no Brasil. Na Argentina, por exemplo, são 24 dias, no México, 8,4 e na França 3,5 dias. O Brasil ocupa a 125ª posição entre 190 países com melhor ambiente de negócio.
MP do Agro facilita o acesso ao financiamento
A Lei 13.986/2020 vem impactando positivamente o setor, facilitando o acesso ao crédito para o produtor rural e pode ampliar em R$5 bilhões as receitas de financiamento para o agronegócio no Brasil.
Dados do Banco Central mostram que a inadimplência dos produtores rurais no país, com financiamentos não pagos há mais de 90 dias para nove atividades, somou R$3,4 bilhões ou 1,34% dos R$254 bilhões concedidos pelo sistema financeiro em 2018.
Nessa nova legislação, foram estabelecidas várias medidas que beneficiam os produtores rurais, dentre elas, o patrimônio de afetação, que permite ao produtor rural dar uma parte de seu imóvel como garantia, ou seja, o produtor pode fracionar a propriedade para diferentes operações de crédito, sem comprometer todo o imóvel em apenas uma dívida.
Tem a criação do Fundo Garantidor Solidário, sendo composto por no mínimo dois devedores, o credor e o garantidor. Isso beneficia os produtores rurais e pode ser oferecido como garantia na rede bancária para quitação de dívidas do crédito rural.
A MP do Agro também propicia a atração de recursos estrangeiros para empréstimos aos produtores brasileiros, podendo eles receberem esse imóvel como garantia, inclusive em áreas de fronteiras. E estimula os financiamentos privados, a partir das CPRs (Cédulas de Produtos Rurais) para produtos, subprodutos e derivados.
De forma geral, essas medidas ligadas ao crédito e ao financiamento ampliam o acesso ao dinheiro pelo produtor, pelas benesses da lei, como o patrimônio de afetação, o fundo garantidor solidário e a operacionalização dos recursos subsidiados por mais bancos.
Tecnologias que facilitam o acesso ao crédito
O acesso ao crédito agrícola ou mesmo à CPR é uma operação que envolve uma série de comprovações e documentações que podem atrasar e muito o acesso ao financiamento para custear novas safras. São exigidos do produtor rural em média mais de 50 documentos por operação e o vai e vem em cartórios e demais órgãos públicos, a falta de familiaridade com os documentos e a descentralização de informações, podem acarretar até 60 dias de burocracia.
Para vencer esse desafio, a Docket, startup 100% brasileira nascida em 2016, desenvolveu uma plataforma SaaS One Stop Shop que automatiza e simplifica todo o processo de busca, pré-análise e gestão de documentos e certidões.
Com o uso de tecnologia e inteligência artificial a plataforma reduz em até 80% o prazo na obtenção de documentos para o financiamento no agronegócio, uma economia de mais de R$100 milhões. Todo o processo é feito através da plataforma, sem a necessidade de deslocamento. Empresas líderes do agronegócio, por exemplo, já reduziram para 5 dias úteis, em média, o prazo na obtenção de documentos.
Flávio Castaldi, COO e Co-Founder da Docket comenta:
“Para se ter uma ideia, mesmo com a pandemia, no primeiro semestre de 2020, foram emitidos pela Docket, 14.984 documentos, só para o setor do agro. Dentre eles a Certidão de Penhor, Matrículas de Imóveis, Certidões do Ibama, NIRF, Certidões Forenses, todas elas dentro da nossa plataforma, que é segura e de fácil acesso, e propicia a usabilidade, para que as empresas possam reduzir em até 80% o prazo de efetivação de suas operações, que necessitam desses documentos, com as CPRs, as operações de Barter, os documentos para efetivação da análise de crédito do produtor, e também do imóvel, que está sendo dado como garantia.”
Outra tecnologia desenvolvida pela Docket é a R.E.A. (Real Estate Analysis), uma Inteligência Artificial que realiza a pré-análise de dezenas de páginas de matrículas de imóveis em segundos, identificando gravames como alienações fiduciárias e hipotecas com 94% de precisão.
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