A GDR Agroindustrial empresa voltada ao cultivo e colheita de grãos e outras commodities agrícolas está investindo cerca de R$ 200 milhões em maquinário, tecnologia e área agricultável de 150 mil hectares para plantio de soja, milho, milho ‘safrinha’ em fazendas no Mato Grosso, Bahia, Tocantins e Pará. A estimativa é que feche até 2021 com um faturamento em torno de R$ 800 milhões a R$ 900 milhões, aproveitando o aquecimento das exportações, especialmente para o mercado da China.
Até o momento a área de cultivo trabalhada da empresa oscilava entre 70 mil e 80 mil hectares, mas para levar a cabo seu novo investimento, ela vai aplicar em tecnologia embarcada nas máquinas de preparo de solo e colheita, sementes tratadas de boa qualidade, produtos fitossanitários mais eficientes e principalmente no manejo, visando menos perdas. Para isso, também está apostando no treinamento da mão de obra ainda mais eficiente. Uma parcela de 70% dos recursos será dela própria e os 30% restantes a empresa buscará no mercado.
Boas perspectivas
"Atualmente, há algumas agroindústrias investindo pesadamente, e na área da cana-de-açúcar até há uma peso pesado que está aplicando perto de R$ 1 bilhão, enxergando, portanto boas perspectivas de negócios nos próximos anos, apesar do momento difícil para a população em geral. Nós estamos alinhados nesse mesmo ritmo e interesse", diz Diego Gonsales dos Reis, presidente do Conselho da GDR Agroindustrial.
Essa empresa está acessando uma linha de crédito do BNDES, que no momento apresenta juros atrativos para a atividade rural. Seus especialistas também estão analisando por onde podem obter recursos financeiros no sistema bancário para trabalhar as próximas safras. Muito em breve investirão em cana de açúcar para produção de etanol e açúcar em São Paulo e também em menor dimensão em algodão em áreas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Por enquanto, a GDR está ainda estudando e definindo o tamanho da área cultivada para verificar as perspectivas de produção e produtividade.
Cenário positivo
Junto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, registrou no primeiro trimestre deste ano, ou seja, antes da pandemia, um crescimento do PIB agrícola de 3,3%, em comparação com igual período do ano passado. Os resultados foram bons tanto para segmento agrícola, quanto para o pecuário. Os preços mais altos animaram o setor e também a perspectiva de uma safra com maior produção. Os destaques, além de outros produtos, foram o café, soja, milho, algodão e laranja. O relatório também já aponta alguns efeitos da pandemia de coronavírus, que puxou os preços em diversos produtos agropecuários.
O isolamento social, mantendo boa parte da população em casa, gerou aumento de demanda de arroz, banana, café e ovos, entre outras mercadorias de consumo doméstico. O algodão por causa da desvalorização do real frente ao dólar e redução da oferta interna teve forte procura e foi beneficiado para exportação.