Aquilo que seria um dos eventos mais significativos para o ano de 2020 no mundo da tecnologia, a chegada da rede de conexão em internet na banda 5G, entrou em compasso de espera. Evidentemente, este não é o caso apenas dessa área do desenvolvimento tecnológico, mas de uma série de frentes que tiveram seus planos iniciais frustrados pela disseminação da pandemia de covid-19, e da própria depressão econômica que dela resultou. Nos mais diversos setores, do energético ao de transportes, do construtivo ao educacional, projetos foram abandonados, ou na melhor das hipóteses, prazos foram revistos. Todas as atenções, com razão, estão voltadas neste momento para a área de saúde, em busca de uma solução para a pandemia.
As expectativas para a internet 5G eram bastante otimistas até janeiro, e a nova tecnologia, esperava-se, deveria chegar a 25% das conexões nos Estados Unidos ainda no final deste ano. Em outros países desenvolvidos, a estimativa era de que 2020 fecharia com ao menos 20% das conexões neste novo padrão de banda.
Para se ter uma ideia do que o 5G representa, um exemplo: nos locais onde ele está funcionando (basicamente em alguns lugares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul) é possível baixar um filme em longa-metragem full HD em 1 segundo. E como todos sabem, uma banda dessa magnitude pode provocar uma verdadeira revolução numa série de equipamentos, disparando de uma vez por todas o mundo de conexão total da Internet das Coisas (IoT) na sigla em inglês. Seria possível, assim, conectar aparelhos domésticos não especializados, como câmeras de segurança, refrigeradores, condicionadores de temperatura. Também se tornará viável um grande desenvolvimento nos projetos de cidades inteligentes, com o controle da qualidade do ar, do tráfego, das vias de comércio, dos sistemas de emergência.
Esse novo mundo, não apenas uma evolução, mas uma verdadeira revolução, parece que vai ter que esperar mais um pouco. No atual momento de pandemia novas informações sobre os prazos de implementação ficaram mais escassos, mas os projetos não estão parados. No Brasil, a banda 5G deveria chegar na melhor das hipóteses em 2020, no final do ano, ou no primeiro semestre de 2021, mas hoje os especialistas já entendem que os primeiros experimentos terão que ficar para 2022.
De qualquer maneira, todos os gestores, e pessoas em geral interessadas em tecnologia, embora precisem de um pouco mais de paciência, devem saber que o atraso não deve passar de alguns meses. As empresas responsáveis já dispõem de tecnologia, os recursos que foram mobilizados não irão desaparecer para sempre, e as regulamentações governamentais em algum momento vão ser aprovadas. Assim, é preciso estar preparado, porque mesmo um pouco adiada, esta ainda será em médio prazo uma revolução em todos os modos de viver e de fazer negócios.