06/06/2020 às 12h48min - Atualizada em 06/06/2020 às 12h48min

Força-tarefa explica prisões preventivas: “estavam destruindo provas”

Na manhã deste sábado (6), o ex-secretário da Casa Civil Douglas Borba foi preso preventivamente em nova fase da Operação

- 87 News
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A força-tarefa responsável pela Operação Oxigênio concedeu uma entrevista coletiva na manhã deste sábado (6) para dar mais detalhes sobre a segunda fase operação. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva do ex-secretário da Casa Civil Douglas Borba e do advogado Leandro Barros.

Ao todo, seis mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão estão sendo cumpridos pela polícia neste sábado (6). As ações acontecem ainda em São Paulo e no Rio de Janeiro, envolvendo cerca de 50 policiais. 

A Operação Oxigênio foi desencadeada no dia 9 de maio pela força-tarefa formada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), Polícia Civil e TCE/SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina). Ela apura fraudes na compra de 200 respiradores pela Secretaria de Estado da Saúde, pelo valor de R$ 33 milhões.

O coordenador da força-tarefa, Maurício Medina, informou que foram ouvidas mais de 30 pessoas, entre investigados e testemunhas, em mais de 40 horas de depoimentos.

Com suporte desse material, na manhã deste sábado foram cumpridos quatro mandados de prisão. Dois investigados que tiveram o mandado expedido, não foram encontrados e diligências estão à procura, conforme relata o delegado da Polícia Civil, Rodrigo Schneider.

Maurício Medina explicou que os pedidos de prisão foram ‘absolutamente necessários’, pois havia indícios de que os investigados estavam destruindo provas. A gravidade dos crimes também fundamentam as prisões, segundo o coordenador.

Alexandre Graziotin, coordenador estadual do GRAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), informou que os mandados foram cumpridos por equipes de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

De acordo com Rodrigo Schneider, foram mais de 30 policiais dos três estados na operação.

Maurício Medina disse, ainda, que há suspeitas de um grupo de crime organizado, com divisões de tarefas. As denúncias da operação de hoje serão formuladas futuramente.

O coordenador ressaltou que a operação e as investigações continuarão nos próximos dias.
 

Sobrepreço dos respiradores

 

O diretor de contas do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Sidney Tavares Junior, afirmou que foi feito um amplo estudo nacional, com amostras que demonstraram um valor médio de R$ 72 mil reais por respirador.

Isso evidenciou que a compra dos 200 respiradores, pelo preço de R$ 33 milhões, estava muito acima do valor de mercado.
 

Retorno do valor para o Estado

 

O delegado Rodrigo Schneider informou que, dos R$ 33 milhões, já foi devolvido para o Estado um valor de R$ 11 milhões.

Esse valor foi decorrente de um repasse da Veigamed para uma empresa joinvilense, a Oltramed, na compra de kits de testes rápidos.

No entanto, depois que o escândalo veio à tona, a própria Oltramed tomou a iniciativa de cancelar o contrato, mesmo após todas as emissões de notas fiscais e recolhimento de impostos devidos à negociação.

Segundo o delegado Schneider, nesse momento os policiais conseguiram conversar com o empresário, para que a venda não fosse concretizada. Na sequência, junto com o Ministério Público, o bloqueio dos valores foi realizado.

O restante do valor, porém, ainda está sob sigilo de investigação, conforme relata o delegado.


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