Entre os princípios básicos da agricultura sustentável, destaca-se o uso de defensivos agrícolas por meio da aplicação de insumos de forma racional, inteligente e eficaz. Alguns fatores podem se tornar desafiadores para o produtor no campo, por isso, ele deve estar atento ao manejo correto. A deriva é um exemplo que pode atrapalhar a etapa de pulverização, tão importante para a produtividade e rendimento da lavoura.
A deriva ocorre pela volatilização dos ingredientes ativos ou pelo deslocamento físico das gotas. Deriva física é o movimento das gotas para fora da área de aplicação, enquanto deriva de vapor é o movimento do produto após o ingrediente ativo ser convertido de sua forma gasosa. Quando acontece, ela pode ocasionar danos às áreas suscetíveis no entorno das aplicações e a redução da dose aplicada no tratamento, diminuindo a eficácia e induzindo a seleção de espécies resistentes. Ainda, a deriva pode gerar contaminação do ambiente e o aparecimento de resíduos ilegais de produtos em lavouras vizinhas.
Considerando os principais fatores causadores da deriva, seguem algumas dicas importantes para a redução do risco:
O sucesso da operação de pulverização depende de diversos fatores. Entretanto, duas questões são unânimes entre os especialistas no assunto: a necessidade de adequação da tecnologia de aplicação às condições meteorológicas e os ajustes para a redução da deriva. Estes dois fatores se relacionam diretamente com as janelas de aplicação (horários disponíveis para o trabalho). Na maioria dos casos, a inadequação deste ajuste pode levar a pulverização a ser realizada em situações extremas, expondo o sistema ao maior risco de deriva. Este fato pode desequilibrar a relação entre a qualidade e a segurança nas aplicações, o que prejudica a sustentabilidade de todo o processo.
Por Ulisses R. Antuniassi
Professor Titular do Departamento de Engenharia Rural