O agronegócio brasileiro consome perto de 45 milhões de toneladas de calcário, corretivo usado para reduzir a acidez do solo e que tem sua data nacional festejada em 24 de maio. Porém, estimativas das indústrias do setor apontam que a prática, chamada de "calagem", deveria ser intensificada, atingindo pelo menos o dobro de consumo.
Os resultados viriam na maior produtividade sem exigir novas áreas cultivadas. A avaliação ganha força no período de pandemia, já que agricultores e pecuaristas brasileiros são responsáveis por fatia importante da produção de alimentos no mundo.
Em 2020, a mensagem da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal) reforça a necessidade de melhor manejo do solo diante da pandemia. "O desafio do agricultor hoje é produzir mais com a mesma área plantada. Precisamos alimentar as pessoas, plantas e animais, em meio a esse cenário de incertezas", diz João Bellato Júnior, presidente da Abracal.
A sustentabilidade econômica também consta dos alertas deste ano. "A rentabilidade do negócio é fundamental. Propriedades são empresas, e o principal capital dessa empresa é o solo", defende João.
Pilar da Agricultura
Engenheiro agrônomo e empresário, Estêvão Bittencourt Granjo aponta a importância técnica já detectada antes da pandemia. "O calcário é o pilar da agricultura. Ele entra na construção da fertilidade do solo", destaca.
As ações da Abracal têm mostrado a calagem como uma tecnologia integrada aos processos produtivos anteriores à implantação da cultura. A análise de solo e as recomendações técnicas advindas dessa análise são reforçadas. "A cultura, seja ela convencional ou orgânica, não vai se desenvolver comercialmente se o solo não for corrigido antecipadamente", afirma Granjo.