01/10/2023 às 10h55min - Atualizada em 01/10/2023 às 10h55min

Dia Internacional do Café: No mundo, cultura é responsável pela geração de renda em mais de 20 milhões de famílias

OIC lança campanha para tornar a cadeia de abastecimento mais segura para o profissional do campo

Notícias Agricolas

No mundo, o café só perde para água e por ser uma bebida tão tradicional, uma das principais commodities da balança comercial brasileira tem mais de um dia para chamar de seu.

Neste domingo, 1º de outubro, comemora-se o Dia Internacional do Café e além das mudanças climáticas, os desafios no campo, reconhecimento do produtor e tudo que envolve a cafeicultura mundial, a Organização Internacional do Café (OIC) lançou uma campanha para unir força no setor cafeeiro mundial com o objetivo do café se tornar uma cadeia de abastecimento com mais segurança para o profissional do campo. 

Em números, os dados da OIC mostram que o café é atualmente produzido em mais de 50 países localizados na América Latina, África e Ásia. O que representa que entre 20 e 25 milhões de famílias têm a fonte de renda proveniente da cafeicultura. 

Chama atenção ainda a participação feminina na cadeia mundial do café, atualmente representada 70% da força de trabalho no setor. "Reconhecer a divisão do trabalho numa perspectiva de género é o primeiro passo na promoção de locais de trabalho mais seguros e saudáveis", afirma a campanha. 

Café - Foto Envato (6)

Café - Foto Envato (6)

A campanha da OIC é enfática quanto às necessidades de segurança para o trabalhador do campo, destacando que em qualquer área de atuação da cadeia, é imprescindível que o trabalhador tenha direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável.  

"Para encontrar soluções, temos de tomar medidas coletivas e encetar o diálogo social. Juntos, podemos construir alianças sem precedentes e fornecer soluções duradouras para a segurança e a saúde dos trabalhadores do café", complementa. 

A ação coletiva da OIC tem como ponto de partida uma ação nas mídias sociais com a #CoffeePeople, com o foco de atingir todas as pontas da cadeia: desde o campo até à xícara. O primeiro passo é a união nas redes, mas a Organização acrescenta que é importante que os governos dos países produtores e consumidores, organizações internacionais, parceiros de desenvolvimento da cadeia de abastecimento, cafeicultores e também o setor privado estejam atentos para que todos andem na mesma direção. 

“Todos os trabalhadores merecem desfrutar de condições de trabalho dignas e seguras. Isto implica, no mínimo, regras de horário de trabalho, pagamento adequado de salários e monitorização eficaz da saúde e segurança no trabalho (…). Orgulho-me de que hoje, juntos com a OIT, a OIC está empenhada em liderar e modelar um local de trabalho cafeeiro melhor para enfrentar todos os desafios. Promover o respeito pelos direitos trabalhistas internacionais e ajudar as principais partes interessadas a se comprometerem com a defesa desses direitos é essencial para alcançar o crescimento inclusivo, fortalecer a estabilidade e a sustentabilidade do setor cafeeiro e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores", destaca Vanúsia Nogueira, diretora executiva da OIC. 

Cafe 16:9

Cafe 16:9

NO BRASIL: Segurança no campo, com sustentabilidade, segurança financeira e qualidade na xícara 

No Brasil, estamos observando nos últimos anos que diante dos impasses climáticos, dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 e até mesmo a guerra entre Rússia e Ucrânia, o setor tenta conversar entre si, de ponta a ponta na cadeia, para garantir segurança em todos os elos. 

"A integração da cadeia do café sempre foi um grande desafio, pela extensão dos elos componentes desde a produção até a xícara. Temos no momento fatores decisivos como o aumento dos custos de produção, os desafios climáticos e as novas exigências da União Europeia para importação, que exigem que está integração seja acelerada, o que demanda liderança, coordenação de cadeia e alinhamento entre os atores componentes", afirma Juliano Tarabal - diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro. 

O café do Brasil chega anualmente há mais de 120 países, de acordo com o Conselho Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Para Marcos Matos, diretor executivo do Cecafé, o Brasil enquanto maior produtor e exportador de café do mundo avançou nos últimos anos em parceria com outras origens produtoras, em contato com os grandes compradores, mas ainda há muito espaço para diálogo e negócios, sobretudo pautados na sustentabilidade. 

"O Brasil tem compromisso de investir sempre no avanço da sustentabilidade em todos os pilares, ambiental, social e econômico, pensando sempre no valor justo e nas condições mais adequadas em termos de segurança de trabalho e preservação ambiental, sempre conectando campo e cidade com o café na mesa do consumidor", afirma. 

Marcos ressalta ainda que trata-se de um produto com peso afetivo significativo para o consumidor, e por isso, estar atento ao que esse público está demandando é crucial para manter o Brasil na vanguarda do mercado. 

"O Brasil como maior produtor e segundo maior consumidor está comprometido em assegurar um produto com qualidade, sustentabilidade nas suas 35 regiões produtoras. O Brasil está preparado para atender as novas regras e todas as discussões. O Brasil está comprometido e busca sempre colaborar junto a OIC no fortalecimento do OIC, sustentabilidade e fluxo do comercio em tempos ESG", complementa. 


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