Em entrevista a Rádio Araranguá, o coordenador e delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), Lucas Fernandes da Rosa, afirmou que através de uma investigação muito complexa, foi possível apurar a autoria e concluir como ocorreu todo o delito. “Vamos encaminhar um relatório minucioso de todas as diligências realizadas, solicitando ao Poder Judiciário que converta a prisão temporária do indivíduo em prisão preventiva”.
Preso desde o dia 17 do mês passado, o homem explicou em interrogatório os motivos que o levaram a cometer o crime e também como fez isso. “Ele falou que auxiliava a mãe da Brenda. Narrou que chegou a comprar veículos, móveis, inclusive alugar um salão de festas que seria para o aniversário de 15 anos da Brenda. Em decorrência de ter feito toda esses favores, ele se sentiu traído quando descobriu, através da vítima, de que a mãe pretendia encerrar o relacionamento. Quando tomou conhecimento disso, ele queria saber se tinha mais alguma coisa, então ingressou ali na região de Bela Torres, um local ermo, e começou a ameaçar a vítima dizendo que se não contasse mais, a respeito das intenções da mãe, iria abandonar ela no local e deixá-la sozinha. E foi o que aconteceu. Ela contou mais fatos referentes às condutas da mãe e isso tomou ele de ódio, raiva e ciúme. Ele desceu do veículo no momento que ela estava fora e começou a desferir golpes, sendo que o primeiro atingiu a nuca da vítima”, relata o delegado.
Ainda de acordo com o responsável pelo caso, foi através das falas do acusado, que foi possível desvendar como aconteceu o crime. “Inicialmente imaginamos que ela pudesse ter isso atingida com golpes dentro do veículo, ainda no percurso passando por Araranguá, inclusive. Com os exames realizados pelo IGP, foi verificado pouca quantidade de sangue dentro do veículo. Então, no interrogatório ele afirmou que todos os golpes foram executados quando ela estava fora do carro e que as manchas de sangue encontradas dentro do veículo são em decorrência dele ter limpado as mãos e ter jogado as roupas sujas de sangue no banco de trás. Somando essa informação, também foi constatado que a quantidade de sangue no carro não era compatível com a quantidade de sangue de alguém que tivesse sido golpeado dentro do veículo. E não existiam indícios de que o banco tivesse sido lavado. Dessa forma nós acabamos aceitando essa situação de que realmente os golpes foram praticados na região de Bella Torres”.
Levando em consideração a postura do acusado enquanto falava sobre o crime praticado, o delegado relatou que o mesmo não apresentava estar arrependido. “Nas duas ocasiões ele não apresentava nenhum tipo de arrependimento, se mostrava uma pessoa fria e contava os fatos com muita naturalidade. Eu questionei ele sobre a reação dela quando estava sendo golpeada e ele disse que ela só levantou as mãos e gritou. Mesmo assim ele continuou efetuando vários golpes na vítima e impondo um intenso sofrimento físico, desproporcional, para que causasse a morte dela”.