Lançado pela editora Presença Política Publicações, o livro Quem é o eleitor conectado: análises segmentadas e ferramentas de comunicação para campanhas políticas será lançado nessa terça-feira, 15 de setembro, durante uma série de eventos ao vivo para discussão do tema.
Sob a organização de Maíra Moraes e Gisele Pimenta, pesquisadoras da área de comunicação política, a obra reúne 14 artigos com análises segmentadas sobre comportamentos, consumo de mídia e tendências do eleitor conectado. Para as autoras o livro reúne "conteúdos que contribuem efetivamente para o avanço da discussão sobre o tema".
Conjuntura política nas eleições
A publicação estrutura-se em dois eixos. O primeiro, conjuntural, indica circunstâncias específicas do contexto político-eleitoral brasileiro com potencial de impactar a dinâmica das próximas eleições. O professor de comunicação e marketing político Marcelo Vitorino inaugura essa perspectiva ao lançar luz aos interesses dos eleitores sobre os conteúdos produzidos e divulgados pelos candidatos, discutindo diferenças entre espectros ideológicos, disposição para doação de recursos financeiros para as campanhas, entre outras questões.
Em seguida, a jornalista Nádia Bícego destrincha dados sobre os fatores que mais influenciam o voto do eleitor conectado e sugere alternativas para que candidatos e políticos alcancem uma presença eficiente nas mídias sociais. Entre as soluções, foco nas propostas e na história de vida do candidato, além da escuta atenta das necessidades do cidadão, que pode ser "ouvido" por meio dos canais de comunicação na internet.
O terceiro texto, assinado pelo professor Marcos Marinho, contextualiza os sinais de rupturas democráticas e de fragilidade das instituições políticas, elementos característicos do nosso tempo, a partir dos conceitos de crise de identidades e de representação. Nesse sentido, o autor aponta as potencialidades, e também os limites, de se criar conexões "identitárias" com o eleitor, seja por afinidade religiosa, profissional, partidária ou ideológica.
O sociólogo Fábio Gomes cruza dados sobre os padrões de comportamento e as posições políticas (esquerda-direita) do eleitor conectado com os perfis de consumo de conteúdos e materiais das campanhas, a frequência de uso dos meios de comunicação e das redes sociais e as formas de interação com o candidato. A partir dessas associações, o autor infere a hipótese de que os atributos de interação e uso de redes sociais tendem a estar mais vinculados aos valores de direita, bem como o cluster televisão aparece mais ligado aos valores de esquerda.
A pesquisadora e consultora política Sandra Kleinschmitt também tece relações entre os posicionamentos ideológicos dos eleitores e suas tendências de comportamento de consumo midiático para a informação política. Os cruzamentos propostos pela autora delineiam a preferência e a frequência que cada perfil - mais ligado à esquerda, ao centro ou à direita - acessa meios de comunicação e redes sociais.
Perante o cenário atual de fragilização das instituições partidárias no Brasil, o jornalista João Sampaio aposta no voto de legenda como um diferencial que pode assegurar às agremiações políticas uma cadeira a mais nas próximas eleições. Para isso, disseca o perfil e os hábitos de consumo do eleitor que opta por este tipo de voto, sendo um material importante para o planejamento de partidos que se preocupam com sua sustentabilidade não apenas ideológica, mas também estrutural.
Finalizando essa primeira parte conjuntural, Felipe Tonet traça um mapeamento do eleitor conectado que se diz disposto a doar dinheiro para as campanhas políticas de 2020. O jornalista revela características mais recorrentes a esse grupo de cidadãos e traz diretrizes para os partidos cuja intenção seja arrecadar recursos por meio das doações de pessoas físicas.
Já os artigos distribuídos ao longo do segundo eixo da obra, intitulado Ferramentas e estratégias de comunicação, concentram esforços em diagnósticos e orientações de usos das mídias sociais e digitais para as campanhas políticas.