Transplantes de coração, medula, rins, são muito difundidos na Medicina e, portanto, mais conhecidos. O transplante ósseo, no entanto, vem ganhando força no Brasil apenas recentemente como alternativa para pessoas que tiveram perdas ósseas em razão de lesões degenerativas, deformidades congênitas de coluna, acidentes, e lesões esportivas. “Nos Estados Unidos esta é uma técnica comum e muitas vezes utilizada como primeira opção. Por uma questão cultural, ainda existe uma certa resistência por parte de alguns pacientes no Brasil ao uso de um tecido proveniente de cadáver. O procedimento pode ser realizado em hospitais preparados e habilitados com total segurança”, explica o Dr. Marcus Luzo, ortopedista do hospital Alvorada Moema, unidade que acaba de ser habilitada e realizar a sua primeira cirurgia neste segmento.
Este transplante é muito utilizado entre esportistas, principalmente em modalidades de alto impacto como o Rugby e o futebol. A literatura mais recente mostra que os aloenxertos (transplante entre indivíduos) podem ser utilizados com sucesso em uma faixa etária mais jovem, perto de 25 anos, com processamento adequado do enxerto e conformidade com um protocolo de reabilitação mais lento, segundo dados de estudo divulgado no PubMed, referente a vantagens da técnica e quando utilizar (ACL Allograft: Advantages and When to Use).
Para este procedimento o hospital precisa estar atrelado ao Sistema Nacional de Transplante. Um Banco de Tecidos é responsável pela captação, manutenção e distribuição de ossos, tendões e tecidos. “Neste caso não há fila e a compatibilidade é muito mais simples por se tratar de um tecido com ausência de células. O material é submetido a um congelamento profundo, de menos de 70 graus Celsius, o que evita a contaminação”, diz o Dr. Marcus Luzo, ortopedista do hospital.
O transplante ósseo é um recurso que pode ser recomendado em casos de:
Os cirurgiões ortopedistas - principalmente de joelho e quadril - são os profissionais capacitados para este tipo de procedimento e eles também precisam estar credenciados no Sistema Nacional de Transplante. No Rio Janeiro, o Banco de Tecidos Musculoesqueléticos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) é a principal referência no país. "O hospital Alvorada Moema, que já era referência em ortopedia, está habilitado para dar continuidade no atendimento de casos graves. Um acompanhamento integrado que vai da primeira consulta, passando pelo diagnóstico, até o tratamento clínico, cirúrgico e de reabilitação", diz Marcelo Sartori, diretor da unidade.