16/04/2020 às 16h17min - Atualizada em 16/04/2020 às 16h17min

Mandetta é demitido

- 87 News
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Em meio à pandemia de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demitiu o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na tarde desta quinta-feira (16). Pelo Twitter, Mandetta confirmou a informação: "Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde".

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O oncologista Nelson Teich é quem deve assumir o cargo. O médico se reuniu com Bolsonaro em reunião pela manhã.

Nesta terça (14), Mandetta admitiu a interlocutores que errou ao bater de frente com o presidente, e que por isso estaria com o cargo ameaçado mais uma vez. Na entrevista exibida domingo pelo Fantástico, da Rede Globo, ele disse que a população não sabia se ouvia o ministro ou o presidente.

Bolsonaro vinha fazendo críticas à maneira com que Mandetta conduzia a crise causada pelo novo coronavírus no país. O presidente é contra o isolamento social, conduta recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), praticada nos países com alta incidência da Covid-19 e apoiada por governadores e pelo Ministério da Saúde até o desligamento de Mandetta.

Bolsonaro já havia criticado a conduta de Mandetta na quinta-feira (2), em entrevista à Rádio Jovem Pan, ao acusar o ministro de “falta de humildade”. Dias depois, sem citar nomes, Bolsonaro disse que "algumas pessoas" do governo "de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos" e disse não ter medo de “usar a caneta” contra eles.

Questionado sobre as críticas de Bolsonaro e falas do presidente que contrariam a recomendação de isolamento social da OMS, Mandetta negou qualquer possibilidade de pedir demissão e disse que seguiria no cargo enquanto o presidente quisesse. Na sexta-feira (3), Mandetta disse que “médico não abandona o paciente” ao negar novamente a possibilidade de pedir demissão.

Bolsonaro também fez críticas a governadores que apoiaram o ministro Mandetta e o isolamento social, como o governador de São Paulo e adversário político de Bolsonaro, João Doria (PSDB), e o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL).

Apesar das críticas de Bolsonaro, pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (3) indicou que a postura do Ministério da Saúde diante da crise do novo coronavírus é aprovada por 76% dos entrevistados. Já a conduta do presidente durante a pandemia tem aprovação de apenas 33%, menos da metade do percentual de apoio a Mandetta.

Osmar Terra é favorito ao cargo de ministro

O ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, é um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Saúde em meio à crise do novo coronavírus. Segundo o jornal O Globo, ele já participou de um almoço com Bolsonaro e com outros quatro ministros na segunda-feira passada, dia 6.

Osmar Terra já deu declarações contrárias ao isolamento social, defendendo até mesmo que "a quarentena aumenta os casos do coronavírus" em uma publicação no Twitter. A rede social emitiu um alerta de que a publicação viola as regras do Twitter e pode colocar pessoas em risco.

O posicionamento de Osmar Terra vai ao encontro do de Bolsonaro, que em pronunciamento na TV no dia 25 de março defendeu uma proposta de "isolamento vertical", com distanciamento social para idosos e pessoas com comorbidades, mas liberando as demais pessoas para trabalhar, apesar o risco de contaminação.


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