Manoel Rita, pai da estudante Emanuela Medeiros da Costa de 16 anos, falou sobre a morte prematura da filha. A adolescente morreu de traumatismo craniano, no dia 11 de novembro de 2019, no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró.
Poucos dias antes, a menina tinha caído e batido a cabeça na escola Municipal Antônio Fagundes, onde cursava o 9º ano do Ensino Fundamental, durante uma brincadeira chamada de “Roleta Humana”.
A história de Emanuela foi relembrada com o surgimento de uma nova “brincadeira”, conhecida como “Rasteira”, que virou febre entre os adolescentes e está preocupando os pais, pois apresenta o mesmo perigo da “Roleta” que matou a adolescente no ano passado.
Emocionado, Manoel contou que estava em uma casa lotérica quando recebeu a notícia que a filha havia batido a cabeça durante uma queda na escola.
Quando o pai chegou em casa, a adolescente já havia sido encaminhada para o Hospital Regional Tarcísio Maia, onde passou por 4h de cirurgia.
“Eu fui diretamente para o hospital. Quando cheguei lá encontrei ela na cama, com várias enfermeiras ao lado dela, e eu cheguei e conversei com ela, mas ela não me respondeu mais nada. Quando terminou a cirurgia a enfermeira disse: ‘seu Manoel, esse tipo de cirurgia tem 48h para ela reagir e a gente vai levar ela para o Wilson Rosado”.
Manoel contou que a adolescente ainda ficou 4 dias internada na UTI e no final do terceiro dia recebeu a notícia que o caso da filha era muito complicado e que “só muita oração para revertê-lo".
Ainda sofrendo com a dor da perda da filha, que completou 3 meses na terça-feira (11 de fevereiro), Manoel teme que a nova “brincadeira” possa causar outra tragédia como a de Emanuela.
O "desafio da rasteira", também chamado "quebra-crânio" ou "roleta humana", é, na verdade, uma agressão que pode levar a vítima a lesões severas e à morte. Várias imagens com três jovens posicionados lado a lado, onde o do meio é convidado a pular e em seguida recebe uma rasteira de surpresa, viralizaram na internet. Alguns participantes aparecem com fardas escolares.
Além de trazer risco de vida, a "brincadeira" pode ser considerada infração, se praticada por menores de 18 anos, ou crime, no caso do agressor ser maior de idade. O assunto virou pauta de reunião escolar em algumas unidades e de ações educativas em outras. Discutir o problema de forma responsável é considerado o melhor remédio para combatê-lo antes que ocorra uma tragédia.