Em se tratando de doação de sangue, toda pessoa é tida como uma potencial doadora. E para garantir que o processo envolvendo a coleta atenda às normas, é realizada uma avaliação preliminar bastante completa. Ela tem o objetivo de assegurar que o processo não ofereça nenhum tipo de risco para quem participa desse ato solidário ou para quem irá receber a transfusão futuramente. Ainda assim, há alguns mitos envolvendo a doação de sangue que devem ser derrubados.
Afinal, isso é importante para incentivar que a sociedade colabore e mantenha os estoques dos hospitais e hemocentros sempre com reservas, prontos para proteger a vida do próximo. Para não deixar nenhuma dúvida, selecionamos os principais mitos e destacamos as informações mais relevantes sobre esse tema. Confira:
Nada disso! Quem fez tatuagem há mais de um ano pode realizar esse ato solidário normalmente. Para quem fez maquiagem definitiva ou micropigmentação, a regra é semelhante. Inclusive, há locais que entendem que se esses procedimentos foram realizados em estabelecimento seguro e com o uso de materiais descartáveis, esse período pode ser reduzido para os 6 meses (mediante certificação).
E antes que a dúvida apareça: para quem colocou piercing, o intervalo ainda é de 12 meses, podendo ser reduzido para 6 nos mesmos moldes, exceto se ele estiver na região genital ou mucosa oral. É apenas após a retirada do piercing que esse período contabiliza.
Não a longo prazo. O melhor é considerar que cada vacina exige intervalo diferente até que seja possível doar sangue. Na vacina para a febre amarela, por exemplo, é preciso esperar 4 semanas. Isso também vale para outras doses com vírus e bactérias atenuados, como a vacina contra o Sarampo, Rubéola, Catapora, Caxumba, Rotavírus e BCG.
Em se tratando das aplicações de vírus e bactérias inativos ou recombinantes, a exemplo da vacina para Tétano, o intervalo mínimo é de 48 horas. Nas doses contra a covid, varia conforme o laboratório: 48 horas após Coronavac ou Covaxin, e 7 dias depois da aplicação de dose da Astra Zeneca, Pfizer, Janssen ou Moderna.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Da mesma forma que não é necessário estar em jejum, o recomendado é que se evite ingerir alimentos mais gordurosos pelo menos 4 horas antes de doar. Isso porque a refeição pode acabar prejudicando os testes que são realizados.
E nunca é demais reforçar: a ingestão de álcool não pode ocorrer nas 12 horas anteriores à coleta. Se o consumo de bebidas ocorrer após o procedimento, por outro lado, como haverá menor circulação de sangue no organismo, a pessoa poderá sentir tonturas ou fraqueza.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
É necessário estar com a saúde em dia. E, naturalmente, cada condição exige um tipo de cuidado. Em caso de gripes ou resfriados, por exemplo, é necessário aguardar sete dias antes de realizar a doação. Na dúvida, o ideal é sempre perguntar.
Lembrando que há restrições definitivas em alguns cenários, como a que se aplica às pessoas que tiveram hepatite após os 11 anos, que tenham evidência clínica ou laboratorial de alguma doença transmissível pelo sangue, como Aids, ou mesmo Hepatite B e C. Isso também vale na ocorrência de Doença de Chagas, Malária, Lepra ou Câncer.
Isso é um mito! Além disso, não há aumento ou redução de peso só pela coleta. Inclusive, após um dia do procedimento, o organismo repõe todo o volume de plasma sanguíneo. Quanto aos glóbulos vermelhos, por sua vez, eles levam o período de 2 a 4 semanas para se apresentarem nos valores anteriores à coleta.
Em relação ao ferro, isso varia um pouco: em homens, os estoques são repostos no organismo após 60 dias; e em mulheres, após 90 dias. Esse também é o intervalo mínimo para cada contribuição.
Tendo todas essas informações em mente, lembre-se que a doação de sangue é 100% segura, indolor, e é concluída rapidinho, em apenas alguns minutos. Considerando ainda que cada pessoa doa, no máximo, 450ml de sangue, é possível salvar outras quatro vidas com essa quantidade! Ou seja, motivos para fazer a diferença e ajudar o próximo não faltam!