Segundo o MP, houve até agora uma “justificativa de excepcionalidade da operação”, que cumpria medidas judiciais cautelares contra lideranças do tráfico de drogas do estado do Pará. Os supostos criminosos teriam firmado parcerias com uma facção do Rio.
A polícia do Rio disse que agiu em conjunto com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e com a Polícia Civil do Pará. Os alvos do Complexo do Salgueiro seriam responsáveis por ataques contra agentes de segurança pública do Pará. Também teriam participado de roubo em shopping center da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, que terminou com a morte de um segurança no ano passado.
Em nota, a Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj) falou em “operação-chacina” no Complexo do Salgueiro. Disse que cerca de 71 mil pessoas que moram no local foram “aterrorizadas pela ação do Estado” e manifestou preocupação com o "aumento da escalada da violência nas favelas do estado do Rio”.
O texto questiona o serviço de inteligência das polícias, por não conseguir fiscalizar a entrada de armas e de criminosos de outros estados nas favelas cariocas.
O sociólogo Daniel Hirata, que é membro do grupo de trabalho Redução da Letalidade Policia, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), critica a operação no Salgueiro. Para ele, o número de mortos é um indicativo de que a polícia falhou e que é fundamental apurar o porquê desse resultado.
“Não dá para considerar uma operação policial que termina com 13 mortos uma operação bem-sucedida. “Isso é absolutamente inaceitável. Você só pode classificar uma operação desse tipo de desastrosa. É preciso ver como vão ser feitos os inquéritos sobre essas mortes também. Não adianta você fazer os inquéritos rapidamente para conseguir cumprir a meta, se eles não permitirem instruir da forma adequada.”