Segundo a Polícia Militar, o agente levou um tiro na perna durante uma abordagem policial que ocorreu entre a Avenida Rio Branco e a Rua dos Gusmões, um dos pontos onde se aglomeram usuários da antiga Cracolândia, que agora está dispersada por vários locais da capital. A PM não informou de onde partiu o tiro e disse que isso será objeto de investigação.
Um dos motoristas, que teve o seu celular roubado, chegou a sair do carro para correr atrás do bandido. Enquanto ele corre, o vídeo mostra um outro bandido chegando próximo ao seu carro ainda aberto e lhe furtando a mochila. O bandido que furtou a mochila, de 19 anos, foi reconhecido e preso ontem (14) pela Polícia Militar.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), nesta quinta-feira foi realizada a Operação Mobile e sete pessoas foram presas por envolvimento em roubos e furtos no centro da capital. Seis foram autuados em flagrante por receptação e um foi detido por furto e receptação. Dois dos presos foram liberados após o pagamento de fiança.
A secretaria informou que 15 celulares foram recuperados durante a operação e encaminhados ao Instituto de Criminalística. “A Polícia Civil vem realizando ações diariamente de combate e prevenção a todas as modalidades de crimes, principalmente os patrimoniais, no centro da capital. Uma delas é a Operação Mobile, cujo objetivo é coibir roubos e furtos de celulares”, diz a nota da SSP.
De acordo com a secretaria, só neste ano, entre janeiro e novembro, a ação resultou na apreensão de mais de 11 mil celulares roubados ou furtados e a prisão de 231 pessoas envolvidas nesse tipo de crime.
A Cracolândia era uma região no centro da capital paulista ocupada por usuários e dependentes de drogas. Durante 30 anos, a Cracolândia ficava no entorno da Praça Júlio Prestes, na região da Luz, no centro da capital. Em março deste ano, os usuários migraram para a Praça Princesa Isabel e permaneceram nesse local até maio, quando foi realizada uma grande operação policial que terminou com a morte de um homem.
A partir daí, o fluxo se dispersou pela região central da capital. Desde então, as operações policiais têm sido frequentes para continuar dispersando os usuários que tentam se concentrar em alguma rua central.
A polícia e o governo paulista defendem que a dispersão facilita a abordagem aos usuários. Especialistas, no entanto, têm criticado as operações policiais, dizendo que elas não resolvem o problema e ainda prejudicam o trabalho das equipes de saúde e de assistência social. Moradores e comerciantes também têm reclamado e protestado contra a dispersão dos usuários por várias ruas do centro da capital.
Procurado hoje pela Agência Brasil, o coletivo Craco Resiste disse lamentar que “a política da prefeitura e do governo do estado para o centro de São Paulo esteja aumentando a violência e deixando toda a população insegura”.
“As agressões da polícia e da guarda, as prisões arbitrárias e as internações forçadas apenas aumentaram a vulnerabilidade das pessoas pobres que vivem e frequentam a região central da cidade. O caos provocado por essa situação tem atingido toda a população que vive e trabalha no centro. Enquanto não forem implementadas políticas que garantam moradia, renda e acesso à saúde, não haverá nenhuma melhora na situação da Cracolândia”, diz o movimento, por meio de nota.