O suspeito de atacar o escritor indiano Salman Rushdie foi identificado como Hadi Matar, um homem de 24 anos de Fairview, New Jersey, que comprou uma entrada para o evento em que Rushdie se apresentaria, disse a polícia.
O autor do livro Versos Satânicos, que muçulmanos acusam conter blasfêmias, está vivo e passa por cirurgia no início da noite desta sexta-feira (12), ainda segundo informações da polícia. O estado de saúde dele não foi informado.
Salman Rushdie foi esfaqueado no pescoço enquanto estava no palco em uma palestra no estado norte-americano de Nova York. Ele foi transportado de helicóptero até um hospital.
Um homem correu para o palco da Chautauqua Institution e atacou Rushdie, de 75 anos, quando ele estava sendo apresentado para fazer uma palestra sobre liberdade artística.
Um policial que estava no evento levou o agressor sob custódia. "Um homem pulou para o palco não sei de onde e começou o que parecia ser uma pancada no peito, golpes repetidos no peito e no pescoço", disse o policial Bradley Fisher, que estava na platéia.
Rushdie caiu no chão e foi então cercado por um pequeno grupo de pessoas que suspendeu suas pernas, aparentemente para enviar mais sangue para a parte superior de seu corpo, enquanto o agressor foi contido, de acordo com uma testemunha que compareceu à palestra.
Rushdie, que nasceu em uma família muçulmana indiana, enfrentou ameaças de morte por seu quarto romance, Versos Satânicos, lançado em 1988. O romance foi banido em diversos países com grandes populações muçulmanas.
Em 1989, o aiatolá Ruhollah Khomeini, então líder supremo do Irã, pronunciou uma fatwa, ou édito religioso, pedindo aos muçulmanos que matassem o romancista por blasfêmia.
Rushdie se escondeu por muitos anos. O governo iraniano disse em 1998 que não apoiaria mais a fatwa, e Rushdie tem vivido de forma relativamente aberta nos últimos anos.
Organizações iranianas, no entanto, levantaram uma recompensa de milhões de dólares pelo assassinato de Rushdie. O sucessor de Khomeini, o aiatolá Ali Khamenei, disse em 2017 que a fatwa ainda era válida.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse em nota que estava chocado, pois o escritor foi "esfaqueado enquanto exercia um direito que nunca deveríamos parar de defender".
O PEN America, um grupo de defesa da liberdade de expressão do qual Rushdie é ex-presidente, disse estar "se recuperando de choque e horror" pelo que chamou de ataque sem precedentes a um escritor nos Estados Unidos.
O senador americano Chuck Schumer, de Nova York, chamou de "um ataque à liberdade de expressão e pensamento".
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