A estrutura metálica onde funcionava a galeria técnica do Centro Internacional de Transmissão (International Broadcasting Center-IBC, na sigla em inglês, como era chamado), construído para os Jogos 2016, do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, começou a ser desmontada hoje (9). Metade dela será usada na construção do Terminal Intermodal Gentileza, na região portuária do Rio, com previsão para funcionar no fim de 2023 com a estimativa da prefeitura de receber por dia 130 mil passageiros.
O nome é em homenagem a José Datrino, conhecido como profeta Gentileza, que fez inscrições nas pilastras do Elevado da Perimetral e no viaduto do Gasômetro, próximo do local onde será construído o terminal, com mensagens sobre a natureza, amor e espiritualidade, entre outros temas. A frase mais conhecida dele é Gentileza gera gentileza.
Toda a quantidade de 1400 toneladas de aço da estrutura será transferida para um terreno próximo ao local da obra. A parte que não será usada na construção do Gentileza, segundo a prefeitura, vai ser vendida por meio de licitação. Com isso, a prefeitura deixa de gastar com a compra de material para a construção do terminal.
“A gente economiza R$ 22 milhões de recursos públicos que seriam utilizados na obra do terminal, graças a essa estrutura desta galeria técnica do IBC. Economizamos R$ 22 milhões, que é um valor bem significativo”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que estava presente nesta segunda-feira no início do trabalho de desmontagem, que deve terminar no último trimestre deste ano.
A prefeitura não vai precisar pagar também pela desmontagem e transferência das vigas metálicas. Os custos serão bancados pela concessionária VLT Carioca, responsável pela obra do terminal. Segundo Paes, na época a estrutura foi comprada pela prefeitura com recursos do governo federal e a ideia era que fosse aproveitada depois em outros projetos.
Além de abrigar o ponto final do BRT Transbrasil, o Terminal Intermodal, que fica ao lado da Rodoviária Novo Rio, vai ter extensão com duas linhas do sistema do VLT e 27 linhas alimentadoras de ônibus para as zonas norte e sul. Cada modal vai funcionar em uma plataforma própria e os passageiros vão fazer a transferência dentro do terminal. Para o prefeito, é a possibilidade de ter uma conexão adequada das pessoas que chegam pela Transbrasil na região da Rodoviária Novo Rio, se deslocarem para o centro da cidade, utilizando o VLT. Embora a previsão de conclusão do Terminal seja para o fim do próximo ano, antes disso, em dezembro de 2022, deverá ter o funcionamento do BRT e no primeiro semestre de 2023 as linhas de ônibus alimentadoras. O VLT deve ser junto com o término da obra no segundo semestre.
“O Terminal Gentileza é um ganho enorme para a cidade integrar esses modais todos de transporte. A ideia é que a Transbrasil fique pronta no final deste ano, as obras estão a pleno vapor. Com isso, começa o que a gente chama de operação assistida. Também é o momento em que estão chegando os ônibus novos de BRT para o final do ano. Infelizmente a gente queria que ficasse tudo pronto amanhã e a população mais bem atendida, mas as coisas começam a acontecer”, afirmou.
Paes acrescentou que a intenção é ampliar o sistema do VLT para chegar ao bairro de São Cristóvão, na zona norte. “Já é uma extensão do VLT e olhando para o futuro a possibilidade da chegada do VLT em São Cristóvão, que é um bairro que a gente quer incentivar muito o crescimento também. É uma solução de mobilidade na cidade, que a gente sabe dos problemas que estamos enfrentado, usando parte desse legado das Olimpíadas.”
Essa é mais uma etapa do projeto Legado Olímpico da Prefeitura do Rio. O plano de reaproveitamento das estruturas provisórias utilizadas nos Jogos que tinha sido paralisado em 2017 foi retomado novamente em 2021, pela atual administração. O projeto inclui ainda a desmontagem de duas arenas que servirão para a construção de quatro escolas do município.
“ Quando se desmonta as duas arenas do aquático e do handebol, custaram muito mais do que a construção de quatro escolas agora, é óbvio, mas o que a gente sempre quis dizer é que não tivessem estruturas feitas para as Olimpíadas que depois virassem elefante branco. Essa galeria é um exemplo disso. Que pudesse ter alguma utilidade para depois das Olimpíadas. O grande custo aí foi do setor privado e aquilo que foi de custo do dinheiro público serve à população e à cidade”, completou.
No período dos jogos de 2016, a galeria técnica na parte externa do prédio do IBC, classificada pelo prefeito como uma das coisas bem exageradas que precisaram ser feitas na ocasião, era usada para as instalações de ar-condicionado, energia elétrica e de geradores que alimentavam o local onde estavam as instalações das TVs credenciadas para a cobertura das competições olímpicas e paralímpicas. Paes anunciou ainda que a instalação do Velódromo será transformada em Museu Olímpico para contar a história dos Jogos do Rio.