Era uma segunda-feira, pós-feriadão. Dia 10 de setembro de 1984. A equipe de mineiros escalada para o primeiro turno de trabalho na Mina Santana, da extinta Companhia Carbonífera de Urussanga, havia acabado de descer para o subsolo. Por volta das 5h houve a explosão. Todos os 31 trabalhadores do painel seis, que estavam a 80 metros de profundidade, morreram.
Até hoje este ainda é considerado o pior acidente da mineração brasileira - e um marco para a normatização da atividade. Na época havia muito mais trabalho (eram quase 13 mil mineiros e a indústria produzia o dobro do que atualmente) e quase não existiam regras. A extração do carvão era manual, usava-se explosivos e não havia sequer a proibição de fumar na mina.
As causas da explosão nunca foram, de fato, esclarecidas. Perícias feitas na época indicaram acúmulo de gás metano (um gás inflamável, presente na camada de carvão, que em determinada quantidade causa explosões).
A situação pode ter agravado por falta de ventilação na mina. Isso porque quedas de energia ocorridas na véspera do acidente podem ter comprometido o funcionamento dos exaustores que carregam o ar da superfície para o subsolo.
Os mineiros morreram por asfixia e queimaduras. Nos dois primeiros dias de resgate, segundo consta em publicações da época, todos os que se aproximaram da mina deixaram o local intoxicados. A operação para a retirada dos corpos só foi encerrada cinco dias depois do acidente e reuniu bombeiros de Criciúma, Itajaí, Florianópolis e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.