23/09/2021 às 23h05min - Atualizada em 23/09/2021 às 23h05min

Psiquiatra esclarece diferenças entre a felicidade e a alegria

Para dra. Kelly Robis a felicidade é estabelecida ao longo da nossa existência

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O ser humano está em uma busca incessante pela felicidade. Mas, afinal, o que é essa tal felicidade? É possível alcançá-la? Para a psiquiatra, professora e coordenadora do curso de Psicofármacos do Centro Curem, Kelly Pereira Robis, a felicidade é estabelecida ao longo de nossa vida, durante o nosso cotidiano. A especialista ressalta que a felicidade é um dos principais propósitos humanos, e que há muitas distorções sobre o conceito do que seja esse sentimento. “O ser humano é constituído de racionalidade e de afetividade, ou seja, as emoções, os sentimentos e as paixões, sendo que essas esferas mentais não podem ser arbitrariamente separáveis, assim como, o equilíbrio entre esses dois aspectos humanos parece ser considerado um caminho para a felicidade”, ressalta a psiquiatra.

A felicidade foi conceitualmente definida pelo grande filósofo da Grécia Antiga Aristóteles, como uma construção cotidiana e vitalícia de acordo com a essência humana, que tem como principais ferramentas a ética e a razão. A felicidade pode ser considerada como um sentimento originário de uma vida plenamente realizada. Dessa forma, a felicidade não pode ser alcançada de imediato e nem de forma definitiva, nem pode ser medida apenas sob a perspectiva do quanto vivenciamos de forma momentânea a alegria e a satisfação. “A alegria é um tipo básico de emoção, que é uma forma de reação afetiva efêmera e rápida, desencadeada por estímulos passageiros”, explica a especialista.

De acordo com diversos filósofos, a felicidade é um dos principais propósitos da vida humana. Mas, segundo a psiquiatra, esse objetivo irá apresentar significados distintos de acordo com a perspectiva individual e experiencial de cada pessoa.

“Ao longo da história, as perspectivas filosóficas de propósito passaram a se dividir entre três principais perspectivas: a religiosa ou teocêntrica, onde se considera que a alma é a essência humana; a renascentista ou racionalista, sendo que a razão é a essência da existência; e o hedonismo, considerando o prazer como o bem supremo da humanidade”, salienta Kelly Robis.

No mundo atual, com as redes sociais, o conceito de felicidade é distorcido como um propósito e como um fim em si mesmo. Uma perspectiva baseada na ideia de que a felicidade só é possível por meio do prazer momentâneo, da diversão e do descanso. “Esses padrões impostos nos levam a uma comparação dessa idealização de felicidade, com a nossa experiência cotidiana pautada por esforço, trabalho e paciência. A partir dessa comparação, nos consideramos automaticamente inadequados para os parâmetros que achamos que devemos seguir e, por isso, nos frustramos. Sendo assim, a partir da idealização de uma felicidade irreal nos revoltamos contra a realidade”,

Dinheiro traz a felicidade ou é apenas um mito? Para a psiquiatra Kelly Robis, o dinheiro proporciona conforto e prazer, mas o nível de satisfação com a vida não depende apenas desses elementos e, sim, dos propósitos individuais. “A literatura cientifica, de modo geral, evidencia que provavelmente o dinheiro não é um caminho direto para a felicidade, sendo que a prosperidade material apresenta um impacto surpreendentemente modesto na felicidade”, conclui.


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