Os Despachantes Aduaneiros, responsáveis por cerca de 95% do desembaraço de carga no Brasil (importações e exportações), estão fora do grupo prioritário da vacinação iniciada no Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado na cidade de Guarulhos (SP).
Os profissionais atuam na linha de frente nos aeroportos e mantêm contato com as cargas provenientes do mundo inteiro e, portanto, estão sujeitos à contaminação e contato com as novas cepas, variantes do novo coronavírus. Para Marcos Farneze, presidente do SINDASP, entidade que representa a categoria em São Paulo, a ausência dos despachantes aduaneiros no grupo prioritário de vacinados pode comprometer todos os esforços de imunização do aeroporto, propostos pelas autoridades. "Não adianta elegerem grupos, sem conhecer a fundo a estrutura do aeroporto. Os despachantes aduaneiros estão na linha de frente e, não imunizados, poderão ser vetores de transmissão", alerta Farneze.
O prefeito de Guarulhos Gustavo Henric Costa reivindicou recentemente a imunização do aeroporto local, durante uma videoconferência com representantes do Ministério da Saúde, Anvisa, Prefeitura de São Paulo, Ministério Público Federal e GRU Airport, entre outros representantes de entidades que debatem formas de inibir a entrada de novas cepas do coronavírus no país, como a indiana.
Mesmo após protocolar ofícios no Ministério da Saúde, Governo do Estado e Prefeitura de Guarulhos, a categoria não foi contemplada na ação. Na sexta-feira, o SINDASP encaminhou ofício ao Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, solicitando a inclusão da categoria.
Na ação, até o momento, estão contemplados aeronautas, aeroviários e aeroportuários, além de órgãos públicos que trabalham com a carga aérea, deixando de fora os despachantes aduaneiros. "A imunização do equipamento urbano está definitivamente comprometida sem a vacinação desses profissionais", reforça Farneze.