Higienizar as mãos faz parte daquela lista de atitudes básicas e simples que garantem mais saúde a todas as pessoas. Dentro do ambiente hospitalar, esse hábito se torna ainda mais importante e determinante para evitar possíveis complicações entre os pacientes.
Entretanto, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 70% dos profissionais de saúde e 50% das equipes cirúrgicas não praticam rotineiramente a higienização das mãos.
Em tempos de pandemia, esse hábito é ainda mais importante, principalmente para os profissionais de saúde e estudos confirmam que a prática, quando realizada constantemente, reduz as infecções associadas aos cuidados de saúde. A prevenção e controle de infecções são fundamentais para sistemas de saúde mais seguros e eficazes.
Vale lembrar que o tema sempre esteve em pauta no setor de saúde. No ano de 1847, o médico húngaro-austríaco, Ignaz Semmelweis descobriu, antes de qualquer comprovação científica, que as febres que recorrentemente levavam às parturientes à morte podiam ser evitadas caso as parteiras e/ou médicos daquela época higienizassem bem as suas mãos. Desde então, a máxima de que as mãos eram o principal transporte de germes para pacientes foi consolidada.
Ainda de acordo com a OMS, em países desenvolvidos, a cada 100 doentes hospitalizados a qualquer momento, sete adquirirão pelo menos uma infeção associada aos cuidados de saúde, mas o controle da limpeza das mãos faz esse número cair em cerca de 30%.
Isso também mostra como as campanhas de conscientização oriundas da iniciativa de grandes entidades têm feito a diferença para mudar este cenário. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aponta que desde 2017 há uma crescente adesão dos hospitais à vigilância dessas infecções, colaborando assim com o PNPCIRAS (Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde), que estabelece como meta a redução, em âmbito nacional, da incidência de IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde) em serviços de saúde.
Neste sentido, diversas tecnologias tornaram-se grandes aliadas e facilitadoras da higienização das mãos em ambientes hospitalares. Hoje existem, por exemplo, até androides que interagem com as pessoas, fazem projeções visuais e incentivam a adesão dos profissionais de saúde à higienização das mãos.
A tecnologia fornece educação, controle e monitoramento da higiene das mãos com qualidade e garantia de qualidade, levando a uma operação mais segura e eficiente em áreas de importância vital, como saúde, indústria de alimentos, biotecnologia e produtos farmacêuticos.
O HIS (Semmelweis Handinscan – Escâner de Mãos Semmelweis), que foi batizado com este nome em homenagem ao médico Ignaz Semmelweis, também é outro equipamento tecnológico que levou à categoria de gestão profissional o controle mais eficiente e seguro da higienização das mãos das equipes dos hospitais, ajudando-os no combate a germes, vírus e bactérias.
O Sistema Semmelweis funciona escaneando as mãos, uma de cada vez, higienizadas e após receberem uma aplicação de álcool em gel com luminol. Após o escaneamento, ele identifica as áreas das mãos que ainda possuem sujidades.
Alguns dados gerais já foram coletados sobre a higienização das mãos no geral e, curiosamente, as áreas que mais aparecem sujas mesmo após o escaneamento são as pontas dos dedos e os polegares.
Além disso, por meio de um software, os dados são armazenados e o comportamento dos profissionais ao longo do tempo é analisado, permitindo a gestão e treinamentos mais assertivos para as equipes. Os resultados têm sido positivos e atualmente revelam queda nos índices de infecção hospitalar comprovada em todas as unidades hospitalares que já utilizam a tecnologia.
Alguns hospitais localizados na Europa já utilizam o dispositivo, tais como:
O Hand in Scan Semmelweis está disponível no Brasil desde meados do ano passado e tem sido testado no Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo e no Hospital Vila Nova Star, também localizado na capital paulista.