De olho em um futuro com energia elétrica de qualidade, a diretoria da Cooperativa Energética Cocal (Coopercocal) pretende construir uma nova linha de transmissão para atender a empresa e uma subestação da Eliane. A obra atual tem praticamente, 50 anos e está depreciada. “Se daqui dois ou três anos vier a se instalar uma indústria de médio ou grande porte, dentro da área de atuação, nós não temos mais energia. Não em nossa subestação, mas na transmissão. Então, nós já fomos atrás disso, contratamos o pessoal para fazer o projeto de uma linha nova que custará de 14 a 15 milhões de reais e será exclusiva da Coopercocal. Quem vai tomar conta e fazer manutenção é a Coopercocal”, conta o presidente da cooperativa, Altair Lorival de Melo, o Belha.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já sinalizou positivamente para uma saída na subestação da Eletrosul para a Coopercocal. Desta forma, a compra de materiais para a obra deve iniciar já em 2021. “Fizemos uma reunião virtual com o pessoal da Eletrosul e está caminhando tudo dentro dos conformes. Então, pretendemos, em 2021, começar a comprar materiais”, explica Belha.
O mandatário da Coopercocal descarta financiar o valor da obra para não colocar a saúde financeira da empresa em risco. “O que eu não posso e não quero é financiar 14 ou 15 milhões de reais e colocando a saúde financeira da empresa em risco. Eu não quero fazer isso. Há uma necessidade, mas eu acredito que tudo deve ser feito com ‘os pés no chão’. Então é dessa maneira que vamos construir essa linha de transmissão e é uma necessidade. Eu não quero, amanhã ou depois, sair da cooperativa e ouvir algum empresário falar que queria se instalar em Cocal do Sul, mas não tem energia suficiente”, comenta.
Construção de grande complexidade
A obra da nova linha de transmissão requer uma construção complexa. “A base, a fundação, que deve ser feita para colocar o poste é imensa e eu já quero fazê-la projetada para dois circuitos. Essa que nós temos hoje é apenas um circuito, eu quero para dois. No futuro, se houver necessidade de uma segunda linha, a estrutura está pronta”, pontua. “Eu tenho a preocupação grande em manter a cooperativa para mais 30 ou 40 anos com a disponibilidade não só de atendimento, mas com energia de qualidade e de sobra”, completa Belha.
A ONS estabeleceu um prazo pouco viável para o início da operação da nova linha de transmissão. “A ONS estabeleceu um prazo para conectar: 31 de dezembro de 2022, mas será impossível. Em meados de 2021, vamos entrar em contato com eles e estender o prazo, levar mais além para ter disponibilidade de conseguir fazer a linha. Lá por final de 2023 ou inicio de 2024 para começar a operação.
Aprovação de 94% dos associados
No início do ano, uma pesquisa exclusiva do Tribuna de Notícias, realizada pelo Instituto de Pesquisa Catarinense (IPC), mostrou uma opinião positiva da cooperativa para 94,8% dos entrevistados. Belha admite que o número dá uma tranquilidade para a operação da empresa. “Isso é fruto de um trabalho árduo. A gente tem experiência e sabe da necessidade e importância em atender bem o consumidor. Em 27 anos, eu fui colaborador da Coopercocal. Já fiz de tudo um pouco: leiturista, vigia, fazia roçada e levava postes nas costas. Não tinha o que escolher. Hoje, se eu sou presidente, é fruto de um trabalho que eu prestei para a empresa com comprometimento. Então, isso me orgulha muito. Eu fico feliz”, diz.
A empresa atende nove municípios: Criciúma, Cocal do Sul, Morro da Fumaça, Urussanga, Siderópolis, Treviso, Orleans, Lauro Müller e Pedras Grandes. Em todas as cidades, o trabalho é exaltado. “Quando a gente recebe uma pesquisa com índices desses: 94% de aprovação, algo inédito na história da Coopercocal, isso nos dá satisfação e alegria, não só para o presidente, mas para os associados de fazer parte e serem atendidos por uma cooperativa que tem uma credibilidade nessa altura”, pontua Belha.
Em 2021, a Coopercocal inaugurará o novo Centro Técnico – um local que deixará as pessoas mais próximas da subestação, onde se faz a distribuição de energia. “Ali se junta técnico, engenheiro, operador de COD – que é onde distribui os serviços – para facilitar os trabalhos diários, a presteza e o atendimento das pessoas. Isso é essencial. Pretendemos em março ou abril inaugurar tudo. Queríamos que a pandemia fosse embora para podermos convidar os associados a presenciarem algo que é deles. Aquilo que vamos colocar em funcionamento para melhorar a qualidade do atendimento e da energia”, explica.