Os números são otimistas quando lidos em sua parcialidade, a queda no número de mortos tem sido significativa e, diante dos mais de mil óbitos diários causados pelo coronavírus no pico da pandemia diariamente, na última terça-feira (03/11), foram 243 vítimas fatais da Covid-19.
Aparentemente, o Brasil está finalmente vencendo, após aproximadamente oito meses, a maior crise sanitária dos últimos tempos. Mas há de ficar claro que essa pandemia não chegou ao seu capítulo final: pelo perigo sempre constante de uma segunda onda, onde os números podem voltar a crescer; caso haja relaxamento das medidas protetivas e, principalmente, no que se refere à aglomeração de pessoas.
Segundo dados do Centro Global de Análise para Doenças Infecciosas de Londres, que estima o número R para todos os países do mundo, no Brasil, o valor apresentou leve aumento, saltando de 0,98, que significa que está de fato vencendo a pandemia, para 1,01, situação em que se verifica o aumento de transmissões e a volta ao estado de pandemia. Obviamente existe uma margem de erro, mas é importante a verificação desses dados, para não se deixar levar apenas por números absolutos.
Vale ainda ressaltar que os estágios (verde, amarelo e vermelho) divulgados pelos estados, não são nada mais do que baseados na ocupação de leitos de UTIs, ou seja, há disponibilidade em atender novos casos, até em razão da evolução e do entendimento maior da doença e também do entendimento geral das pessoas em procurarem assistência médica diante dos primeiros sintomas, após mais de 5 milhões de casos recuperados, de acordo com os números do Ministério da Saúde.
Com a maioria dos estados em estágio verde, o que vem se notando é o relaxamento das medidas protetivas, principalmente no tocante às aglomerações, em bares, restaurantes, supermercados e diversos outros comércios. Em São Paulo é comum ver bares e baladas extrapolando o horário das 23h, muitos deles não respeitando o distanciamento entre mesas e lotação máxima, além de frequentadores sequer usando máscaras, daí a incidência maior de novos casos, de acordo com a OMS (organização Mundial de Saúde), no público de 20 a 49 anos; além de economicamente ativos, dessa forma utilizam o transporte público e ambientes de trabalho, também nessa faixa se encontram os frequentadores de restaurantes, bares e baladas.
Além dos perigos no aumento de números de óbitos em uma segunda onda, como vem ocorrendo em alguns países da Europa, que por si só já serviria de grande alarde e preocupação, há também a questão econômica; o Brasil suportaria uma nova onda da pandemia? O que aconteceria caso isso ocorresse? E a população mais carente que já depende de um governo que se encontra na situação que está?
"O país se encontra saindo da inércia, é importante a conscientização de todos para que possamos definitivamente deixar essa crise para trás e voltar a produzir, voltar a viver, almejar novos passos. Vejo com muita preocupação, o estado das famílias que perderam suas fontes de renda, suas moradias, perderam de certa forma a dignidade de viver em um país já tão desigual quanto o nosso" - afirma o empresário José de Moura Teixeira Lopes Junior. Mourinha, como o empresário é conhecido, ainda ressalta que "toda a sociedade precisa abraçar essa causa não apenas em razão de si mesmo ou sua saúde, mas é preciso olhar todo o contexto e entender que cada atitude reflete no coletivo; aquele chopinho despretensioso no final de semana pode colocar em risco todos os seus colegas de trabalho, é momento de refletir!", finaliza Moura Junior.
Ainda são válidas todas as recomendações do início da pandemia, como o uso de álcool em gel, máscara, assepsia das mãos, distanciamento mínimo de 1,5m, evitar aglomerações, procurar um médico caso tenha os primeiros sintomas, inclusive, neste aspecto, muito se evoluiu na testagem, hoje mais disponível e acessível. Que, mais uma vez, o Brasil e todos os brasileiros, possam mostrar seus sentimentos de solidariedade uns com os outros e vire mais essa página com aprendizados e sucesso.