03/07/2020 às 11h50min - Atualizada em 04/07/2020 às 01h33min

Ceratocone: alternativas de tratamento para os pacientes

Transplante da camada de Bowman pode ajudar a estabilizar a doença em alguns casos

DINO
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Quando um cisco cai nos olhos ou surge uma sensação de coceira, a reação mais comum é a de esfregar a região para diminuir o incômodo. Pois esse hábito que parece ser inofensivo pode não somente tornar os olhos uma porta de entrada para o novo coronavírus (Covid-19), como também ser responsável pelo surgimento de problemas oculares, como o ceratocone. "O ceratocone é uma enfermidade não inflamatória que afeta a estrutura da córnea, que é uma fina camada transparente na parte da frente do globo. A córnea é a principal lente do olho e com o afinamento e alteração de curvatura gerados pelo ceratocone, podem surgir visão embaçada ou dupla, imagens ‘fantasmas’, dor de cabeça e sensibilidade à luz", destaca o Dr. Pedro Bertino*, médico do Hospital de Olhos Inob, empresa do Grupo Opty.

Além de uma tendência genética, alguns hábitos também podem potencializar o aparecimento da enfermidade, como o costume de coçar os olhos, o principal fator de risco associado. "Se não cuidado, o ceratocone leva à cegueira reversível, que pode ser recuperado com os tratamentos. Dependendo da evolução da doença, o oftalmologista pode escolher diferentes abordagens. Entretanto, quanto mais novo o paciente, mais agressiva é a doença e, consequentemente, ele tem menos qualidade de vida", ressalta o Dr. Guilherme Rocha, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), empresa do Grupo Opty.

Recentemente, Bertino e Rocha realizaram um transplante da Camada de Bowman em uma paciente de 20 anos, com patologia avançada e progressiva. A técnica foi desenvolvida pelo grupo do renomado oftalmologista Gerrit Melles, mas modificada pelo Dr. Pedro Bertino. Esta modificação permite que o procedimento seja integralmente realizado a laser. A dra Renata Magalhães, oftalmologista do grupo Opty, também participou do processo de desenvolvimento deste novo método. O trio Bertino, Rocha e Magalhães constitui um restrito grupo de cirurgiões de córnea no Brasil - e únicos no DF - a aplicar esse protocolo. "Nós implantamos uma nova camada de Bowman, que é a segunda camada da córnea logo abaixo do epitélio, muito fina porém altamente resistente. Isso restabelece parcialmente a anatomia da córnea, levando a um remodelamento da curvatura corneana e ainda possibilita estabilizar a progressão da doença. Esse é um procedimento muito seguro, com risco muito baixo para o paciente, que pode evitar um futuro transplante de córnea. E, de fato, temos visto muitos casos que estavam com transplante de córnea já indicado, serem reabilitados visualmente de outra forma", explica o Dr Pedro Bertino. Entre as vantagens do método, o transplante de Bowman não oferece risco de rejeição, como o transplante convencional e não precisa de pontos, o que torna o pós-operatório mais fácil, possibilitando um retorno muito rápido à vida normal.

Existem outras abordagens para o tratamento do ceratocone, como a prescrição de óculos, adaptação de lentes de contato rígidas corneanas ou esclerais, o implante do Anel de Ferrara e o Crosslinking. Segundo o Dr. Guilherme Rocha, hoje o tratamento padrão para estagnar a evolução do ceratocone é o Crosslinking do Colágeno da Córnea, uma cirurgia utilizada para tornar a córnea mais rígida, através do aumento das ligações químicas covalentes entre as moléculas do colágeno. Mas os pacientes em estágio mais avançado da doença não têm esta opção e aqueles que estão no limite e fazem o procedimento, nem sempre conseguem estagnar a doença e, pouco tempo depois, talvez tenham que se submeter ao transplante total de córnea. "Indicamos sempre o tratamento que pode melhorar a visão e impedir que a patologia continue evoluindo. Ao decidirmos pelo Bowman, nossa expectativa é que tenhamos conseguido diminuir a curvatura da córnea da nossa paciente e, em breve, possamos adaptar uma lente de contato e ela voltará a ter uma vida normal", avalia o oftalmologista do HOB.

O ceratocone costuma surgir entre os 10 e os 25 anos de idade, mas pode progredir até os 40 anos ou estabilizar-se com o tempo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a incidência é de um caso para cada duas mil pessoas. Em 2019, conforme registra a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, foram realizados 14.943 transplantes de córnea no País, sendo o ceratocone a maior causa desse tipo de procedimento, segundo o Ministério da Saúde. Para evitar que a piora aconteça, três medidas são indispensáveis: o diagnóstico precoce da doença, consultas de acompanhamento a cada seis meses e controle da alergia ocular.
* www.bertinooftalmologia.com.br

Sobre o Opty
O Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. O grupo aplica um novo modelo de gestão associativa que permite ampliar o poder de negociação, o ganho em escala e o acesso às tecnologias de alto custo, preservando a prática da oftalmologia humanizada e oferecendo tratamentos e serviços de última geração em diferentes regiões do País. No formato, o médico mantém sua participação nas decisões estratégicas, mantendo o foco no exercício da medicina.

Atualmente, o Grupo Opty é o maior grupo de oftalmologia da América Latina, agregando 20 empresas oftalmológicas, 1700 colaboradores e mais de 560 médicos oftalmologistas. O Hospital de Olhos INOB (DF), o Hospital de Olhos do Gama (DF), Hospital Oftalmológico de Brasília (DF), o HOB Taguatinga, o HOB Hélio Prates, o Centro Oftalmológico Dr. Vis (DF), o Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC (BA), o Instituto de Olhos Villas (BA), a Oftalmoclin (BA), o Hospital de Olhos Santa Luzia (AL), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), o Centro Oftalmológico Jaraguá do Sul (SC), a Clínica Visão (SC), o HCLOE (SP), a Visclin Oftalmologia (SP), o Eye Center (RJ), Clínica de Olhos Downtown (RJ) e COSC (RJ), Lúmmen Oftalmologia (RJ), Hospital de Olhos do Meier (RJ) e Hospital Oftalmológico da Barra (RJ) fazem parte dos associados, resultando em 40 unidades de atendimento. Visite www.opty.com.br.



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