Na tarde de ontem, o Governo de Criciúma se reuniu com representantes do comércio varejista, supermercados, igrejas, restaurantes e bares para encaminhar novas medidas de prevenção e combate ao Covid-19. A medida se dá devido ao aumento no número de casos e óbitos em Criciúma. Ontem, mais uma paciente com a doença foi a óbito. A vítima foi uma mulher de 60 anos, portadora de hipertensão e bronquite, que estava internada desde o dia 27 de maio no Hospital São José.
As novas restrições serão divulgadas pelo prefeito de Criciúma no fim da tarde de hoje, quinta-feira. O uso de máscaras passará a ser obrigatório em toda a cidade, com pagamento de multa para quem desobedecer, bem como, não está permitida o consumo de produtos dentro de lojas de conveniência e comércio segue sem possibilidade de provar roupas em provadores, estabelecimentos que não cumprirem poderão ser fechados por 15 dias.
Antes mesmo da assinatura do decreto, a presidente da CDL de Criciúma, Andrea Gazola Salvalággio, avaliou a reunião. “O governo do município apresentou suas propostas, nós demos nossa opinião, foi um encontro muito positivo. Ficamos felizes, pois houve o diálogo antes de tudo. Se o comércio fechar mais uma vez, não temos noção do prejuízo e o número de lojas que continuarão em Criciúma. Vamos aguardar a posição oficial por meio do decreto”, disse.
Segundo Leandro Vettorazzi, diretor comercial da Associação Via Gastronômica, de Criciúma, o encontro foi positivo. “O foco do problema eram alguns pontos já identificados. Nós esperávamos medidas mais drásticas como aconteceu em outras cidades, mas a cobrança se tornará pontual, todos não serão culpados por um. Em bares, restaurantes e pubs, o cliente pode entrar até às 22 horas, sendo que será informado que terá que deixar o estabelecimento até as 23 horas, horário limite. A capacidade se manterá a mesma: em 30%, com capacidade de quatro pessoas por mesa e o mesmo número e distanciamento mantido. O delivery continua sem horário de fechamento”, falou.
Para os supermercadistas, a realidade não mudou, segundo Nazareno Alves, vice-presidente Sul da Associação de Supermercadistas de Santa Catarina (Acats). “Estamos de abril adotando todas as medidas e adotando todos os protocolos o segmento está protegendo seus clientes e funcionários. Não existe nenhuma medida nova, apenas nos comprometemos a redobrar todos os cuidados em nossos estabelecimentos de Criciúma”.
No Extremo Sul, reunião debate situação regional
Após uma reunião de três horas, os prefeitos dos 15 municípios da região do Extremo Sul Catarinense, decidiram que temporariamente não adotarão medidas mais drásticas visando o distanciamento social e o isolamento por conta do aumento de casos em Santa Catarina, que aconteceu após a flexibilização de algumas medidas restritivas.
Entre as pautas da reunião estavam à volta as aulas na rede municipal. Conforme o prefeito de Balneário Gaivota e presidente da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc), Ronaldo Pereira, os prefeitos foram incisivos ao determinar a não retomada das atividades em agosto. “O primeiro assunto debatido foi esse e decidimos juntos que nenhum dos municípios retomará as aulas presenciais. Vamos permanecer com as aulas de forma remota até um segundo momento”, falou.
Pereira afirma que caso o Governo de Santa Catarina liberar a retomada, os prefeitos devem se reunir e debater. “Se isso acontecer, nós vamos avaliar a situação, mas certamente tentaremos convencer a manutenção das aulas remotas. Hoje acompanhamos um aumento de casos de coronavírus e isso é preocupante”, disse.
Se houver o encaminhamento para que as aulas permaneçam de forma não presencial, os municípios devem acatar a determinação. “Se for essa a postura do governo, nós iremos seguir a norma em todas as nossas cidades da região. Estamos preparados caso isso aconteça para que o ano letivo continue de forma remota até o fim de 2020”, frisou.
Outra temática debatida foi a possibilidade de novas restrições. Segundo o presidente, a decisão não envolve novidades para a população. “Hoje [ontem] nos reunimos e encaminhamos que será o nosso colegiado de saúde que irá dar as diretrizes de quais medidas devemos adotar para o combate e prevenção ao coronavírus. Em um primeiro momento as normas seguem as mesmas, porém, podemos apertar o cerco com o avançar dos casos aqui na Amesc”, pontuou.
Na avaliação do prefeito, a situação segue controlada. “Nossos municípios não registram tantos casos confirmados, porém estamos alerta para os próximos números. Houve sim um aumento pequeno, mas estamos todos atentos”, afirmou Pereira.
Todas as decisões serão tomadas em conjunto. “Nosso maior encaminhamento é que todas as medidas serão adotadas por todos, promoveremos a unidade nesse momento tão difícil”, assegurou Ronaldo.