Foi publicado em 18 de junho o primeiro estudo que analisou ligações objetivas entre comportamento sedentário e mortalidade por câncer.
Pesquisadores do Centro Anderson do Câncer da Universidade do Texas descobriram que uma maior inatividade estava inevitavelmente associada a um maior risco de morte por câncer.
Os indivíduos mais sedentários apresentaram um risco 82% superior de mortalidade por câncer comparando com indivíduos menos sedentários.
Para maior fiabilidade, foi usado um acelerômetro para medir a atividade física, ao invés de depender de autorrelatos dos participantes.
"Este é o primeiro estudo que mostra definitivamente uma forte associação entre o não se mexer e a morte por câncer", afirmou Susan Gilchrist, autora principal do estudo, ao portal Medical press.
"Nossas descobertas mostram que o tempo que uma pessoa passa sentada antes de um diagnóstico de câncer prediz o tempo até sua morte por câncer."
Pesquisadores também descobriram que a substituição de 30 minutos de tempo sedentário por atividade física reduzia a possibilidade de morte por câncer. Em 31% se a atividade for de intensidade moderada, como o ciclismo, e em 8% em caso de atividade de intensidade leve, como a caminhada.
Detalhes do estudo
Este estudo envolveu mais de 30.000 adultos americanos com idade superior a 45 anos, entre 2003 e 2007, para avaliar os resultados a longo prazo.
Para medir o comportamento sedentário, em 8.002 participantes a quem não tinha sido diagnosticado câncer foi colocado um acelerômetro no quadril durante as horas de vigília por sete dias consecutivos.
Os dados do acelerômetro foram coletados entre 2009 e 2013. Após um acompanhamento médio de cinco anos, 268 participantes morreram de câncer. Um maior comportamento sedentário foi associado a um maior risco de morte por câncer.
O estudo apurou "que indivíduos que substituíram 10 a 30 minutos de tempo sedentário por atividade física leve, moderada ou intensa apresentaram um menor risco de mortalidade por câncer", disse Gilchrist.
"Nossas descobertas reforçam que é importante 'sentar menos e mexer mais' e que incorporar 30 minutos de movimento em sua vida diária pode ajudar a reduzir o risco de morte por câncer", disse Gilchrist, alertando para que mesmo uma atividade leve aumenta as chances de sobrevivência ao câncer.
"Nosso próximo passo é pesquisar como o comportamento sedentário medido objetivamente afeta a incidência de câncer específico localizado e se o gênero e a raça desempenham algum papel", concluiu a cientista.