Recentemente, o Ministério da Saúde publicou nota informativa com orientações para o tratamento precoce dos pacientes acometidos pelo novo coronavírus. Em meio as recomendações, chama a atenção a inclusão da dosagem de vitamina D dentre os exames considerados relevantes para o paciente com COVID-19 e o reforço da necessidade de tratamento da deficiência dessa vitamina, conforme a necessidade clínica de cada um.1
Publicações cientificas têm relacionado a falta da vitamina D com uma maior mortalidade pela COVID-19.2,3 O médico ginecologista e especialista em vitamina D, Odair Albano, explica por que a vitamina D pode ser importante aliada para a melhora da imunidade e da evolução da doença.
“A presença de receptores em vários órgãos e células permite que a vitamina D produza diversas ações no corpo humano. Na imunidade a vitamina D participa nas duas fases: inata e adaptativa.
O novo coronavírus (Cov2) quando se multiplica e se espalha pelo corpo é capaz de atingir vários órgãos, em especial os pulmões, e pode causar um quadro de hiperinflamação pela grande liberação de citocinas pelos linfócitos que participam a resposta imune. A vitamina D estimula a imunidade inata constituída por células de defesa que tentam impedir a multiplicação do vírus e modula a imunidade adaptativa regulando a ação dos linfócitos e a produção de citocinas (grupo de moléculas relacionadas ao sistema imunológico), explica o especialista em saúde.
A suplementação de vitamina D de rotina nas doses recomendadas diárias ou semanais em gotas, comprimidos e cápsulas é eficaz porque eleva o nível de vitamina no sangue, melhorando a imunidade e reduzindo assim o risco das doenças respiratórias, como a Covid-19.
Orientação Ministério da Saúde
A nota informativa do Ministério da Saúde traz orientações sobre o diagnóstico e tratamento da deficiência de vitamina D nos casos já confirmados de COVID- 19. Mas, o médico lembra que a prevenção da deficiência em todos os momentos da vida é sempre mais importante.
“A suplementação em doses de 1000 a 2000 U.I (unidades internacionais) ao dia e doses maiores para os chamados grupos de risco, entre eles os idosos, nesse período de confinamento e diminuição da exposição solar é uma medida importante para manter os níveis adequados de vitamina D e uma boa saúde. A dose 1.000- 2.000 UI/dia é considerada pela legislação em vigor um suplemento nutricional eficaz, seguro e pode ser utilizada sem a necessidade de realização prévia de exame de sangue para avaliação dos níveis de vitamina D”, finaliza o médico.
Referências:
2Ilie, P.C., Stefanescu, S., Smith, L. The role of vitamin D in the prevention of coronavirus disease 2019 infection and mortality. Aging Clinical and Experimental Research. Maio 6, 2020.
3Northwestern University. Vitamin D levels appear to play role in COVID-19 mortality rates: Patients with severe deficiency are twice as likely to experience major complications. ScienceDaily. Maio 7, 2020.
4Panarese A, Shahini E. Letter: COVID-19 e vitamin D. Aliment Pharmacol Ther. 2020 May;51(10):993-5.