O deputado estadual Ivan Naatz (PL), relator da CPI dos Respiradores, incluiu nesta quinta-feira (21) o governador Carlos Moisés (PSL) na lista dos investigados. O motivo foi a divulgação de uma proposta de preço que teria chegado ao Estado, mais baixa do que a da Veigamed - e que teve a assinatura do governador.
O documento que chegou à Assembleia Legislativa é da catarinense Intelbrás e tem data de 24 de março. Nele, a a empresa oferece 100 respiradores por R$ 70 mil cada um - metade do que foi pago à Veigamed, no dia 2 de abril.
- O termo de intenções tem datas, e elas não deixam dúvidas de que o governador tinha conhecimento, antes da licitação, de que uma empresa de SC poderia entregar os respiradores pela metade do preço. É impossível que o governador não tenha conhecimento de que o governo estava comprando (equipamentos) acima daquela proposta - afirma Naatz.
O Governo de SC ainda não se manifestou sobre o caso relatado pelo deputado. No entanto, reportagem publicada pelo jornalista Jean Laurindo, no NSC Total, informa que o processo de aquisição dos respiradores pela Intelbrás continua em andamento, com a previsão de entrega entre maio e junho informada pela empresa. O que indica que não houve substituição de uma compra pela outra, mas dois processos que caminharam em paralelo.
A CPI também incluiu na lista de investigados o atual secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro. Segundo Naatz, o depoimento do diretor de Licitações e Contratos da secretaria, Carlos Charlie Campos Maia, à CPI, nesta quinta-feira, indicou que Motta participou do processo de aquisição dos respiradores - o que é negado pelo Estado.
Além de Maia, foram ouvidos nesta quinta Carlos Roberto Costa Júnior, assessor jurídico da Secretaria de Estado da Saúde, Luiz Felipe Ferreira, controlador-geral do Estado e Wagner Tadeu Martins Queiroz, engenheiro eletricista da Secretaria de Saúde.
Os depoimentos mais aguardados da CPI ocorrerão na próxima terça-feira (26), quando serão ouvidos o ex-secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, a servidora Márcia Pauli e o ex-chefe da Casa Civil, Douglas Borba.