O governador Carlos Moisés e o secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni, apresentaram nessa segunda-feira, dia 18, um balanço das ações para reposição de parte do conteúdo letivo do calendário escolar na rede pública estadual em meio à pandemia de Covid-19. Em coletiva de imprensa, ambos destacaram que o trabalho na Educação não parou, apesar da suspensão das aulas presenciais, que não têm prazo para retornar.
Em relação às atividades não presenciais, o governador salientou que aproximadamente 402 mil alunos da rede estadual, o equivalente a 75% dos matriculados, acessam atividades na plataforma online utilizada pela Secretaria de Estado da Educação (SED). Para os estudantes com acesso restrito ou sem acesso à internet, em torno de 25%, está ocorrendo a entrega de materiais impressos com orientações adaptadas do plano de ensino docente, para que o aluno possa estudar. A entrega na escola ocorre a cada semana ou quinzena, com apoio das Coordenadorias Regionais de Educação e da comunidade escolar para distribuir as atividades para as famílias de alunos que não conseguem se deslocar até a escola.
“O Estado está atuando para auxiliar os alunos e seus familiares neste momento crítico. É necessário que os estudantes sejam atendidos da melhor maneira em uma situação como essa, em que ainda se estuda o momento para que possa ocorrer o retorno das atividades presenciais”, afirmou o governador.
O secretário Uggioni destacou que, dos cerca de 26 mil professores ativos na rede de ensino, o engajamento entre os docentes está na casa dos 90% via plataforma Google. Segundo o secretário, a Diretoria de Ensino da SED reporta que outros docentes, como em anos iniciais, vêm se utilizando de ferramentas distintas para melhor interação com seus alunos, como aplicativos de mensagens e vídeos. As Coordenadorias Regionais de Educação também monitoram estas ações e a busca ativa das escolas pelos alunos sem acesso à internet.
“Todas as nossas ações são feitas com muita seriedade. Estamos avaliando todas as demandas que nos chegam de representantes das instituições de ensino e trazemos para o debate junto ao Centro de Operações de Emergências em Saúde (Coes). A Educação não parou e nosso trabalho segue firme para buscar novas soluções, enquanto não há o retorno das aulas presenciais”, afirma.
Outra ação da SED é usar o transporte escolar, de maneira pontual, para fazer as entregas de materiais a alunos com dificuldade de deslocamento à escola. Ao menos 900 alunos da rede recebem as atividades dessa forma.
Foco na alimentação escolar
Em relação à alimentação escolar, Uggioni recordou que a primeira etapa de entrega de kits alimentares foi realizada entre 16 de abril e 8 de maio, contemplando 50 mil alunos em todo Santa Catarina, que receberam a alimentação já adquirida e disponível em estoque. O secretário também acrescentou que a SED está contratando, por pregão eletrônico, a empresa que fará a separação dos kits da segunda etapa de entrega, abrangendo todos os alunos da rede. Assim que a contratação for efetivada, os calendários serão divulgados para cada um dos 548 pontos de entrega.
Em relação à aquisição de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar no período de suspensão das aulas, os investimentos podem chegar a R$ 14 milhões e vêm do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), com complementação com recursos próprios do Governo do Estado.
Formação de professores
A SED encerrou na última sexta-feira, 15, o primeiro ciclo para capacitar os docentes para as atividades não presenciais. São 31 capacitações transmitidas pelo YouTube desde o início de abril, somando mais de um milhão de visualizações, que incluem tanto temáticas instrumentais, sobre ferramentas, quanto sobre cultura digital e práticas pedagógicas.
Os professores receberão um certificado com carga horária de 40 horas e as transmissões seguem disponíveis para acesso dos docentes e gestores escolares no site da SED.
A SED iniciou a formação de 51 profissionais de educação para atuarem no projeto Escola Intercultural-Bilíngue de Fronteira e Integral, que envolve duas escolas de Dionísio Cerqueira e uma escola de Bernardo de Irigoyen, na Argentina. O intuito é que os profissionais formados promovam a integração de estudantes e professores brasileiros e argentinos com atividades bilíngues entre mais de 300 alunos. O projeto estava em terminalidade e foi retomado após esforço da SED.