A compra de 200 respiradores mecânicos ao custo de R$ 33 milhões fez mais uma baixa no colegiado do governador Carlos Moisés (PSL): o secretário da Casa Civil, Douglas Borba, apresentou o pedido de exoneração durante reunião com o governador Carlos Moisés na manhã deste domingo (10).
Em nota oficial emitida na manhã deste domingo, Douglas Borba ressalta que o afastamento é necessário para que possa cuidar de sua defesa na investigação da compra dos respiradores, na qual tem seu nome envolvido.
O agora ex-secretário lamentou ainda a instabilidade política no governo de Santa Catarina e ressalta que “a prioridade máxima da Administração Pública Estadual está voltada a salvar e proteger vidas”. Borba agradeceu a oportunidade e confiança do governador Carlos Moisés.
Nenhum nome foi divulgado até o momento para substituir Borba no comando da Casa Civil.
Nota oficial foi emitida na manhã deste domingo (10) – Foto: Divulgação
A Operação Oxigênio foi deflagrada no início da manhã de sábado, para cumprir 35 mandados de busca e apreensão. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Koerich, foi feito um sequestro cautelar de mais de R$ 11 milhões de uma conta que está sendo investigada.
Esse valor deve ser ressarcido ao governo. Máscaras e outros EPIs que foram apreendidos hoje também devem ser disponibilizados para que o governo use no combate ao coronavírus.
Em entrevista coletiva, representantes do MPSC (Ministério Público), TCE ( Tribunal de Contas do Estado) e Polícia Civil explicaram como funcionou a investigação. “Está claro que houve um conluio para causar prejuízo ao erário público e que pessoas que deveriam cuidar do controle interno da operação não fizeram a sua parte”, destacou Adircélio Ferreira, presidente do TCE.
Paulo Koerich relata, ainda, que mais de R$ 300 mil em espécie foram apreendidos na operação de hoje. Nenhuma prisão foi realizada nos 35 mandados de busca e apreensão cumpridos no sábado.
O MPSC vai entrar com pedido para que as investigações sejam tornadas públicas. “É muito cedo para afirmar que o Estado foi vítima de um golpe. Mas verificamos diversas irregularidades no processo de compra”, diz o promotor do MPSC, Fernando da Silva Comin.