08/05/2020 às 12h30min - Atualizada em 08/05/2020 às 12h30min

Fake News: 615 óbitos referem-se a vários dias. Número de óbitos correto é 13 a 50 vezes menor

- 87 News
Estudos Nacionais

Os dados do Ministério da Saúde, divulgados na última quarta-feira (06), mostram que os maiores veículos de comunicação no Brasil incorreram em uma fake news que inflou mais de 50 vezes o número de mortes pelo novo coronavírus. Enquanto manchetes falam em 615 óbitos em 24 horas, o verdadeiros números do Ministério da Saúde são de que morreram 140 pessoas na soma de três dias. Nos dias anteriores a divulgação, ocorreram 11 óbitos no dia 06/05, 70 óbitos no dia 05/05 e 59 óbitos no dia 04/05. 

Assim, o número real de óbitos ocorridos nas 24 horas antes da divulgação do Estadão, Folha de S. Paulo, UOL, e vários outros portais, é 11. Portanto, 55 vezes menos mortes do que os 615 divulgados nas manchetes. A média de mortes por coronavírus dos três últimos dias apurados pelo Ministério seria 46 óbitos/dia. Isso representa uma média 13 vezes menor do que os 615 divulgados como tendo ocorrido em 1 dia.

A manipulação é comprovada ao se analisar os dados do Ministério da Saúde com critério. Na quarta-feira (06), o Ministério da Saúde divulgou atualizações sobre os casos confirmados, em acompanhamento, recuperados, óbitos totais óbitos em investigação.

A forma correta de interpretação dos dados foi exposta de maneira clara pelo Secretário de Vigilância e Saúde, Wanderson de Oliveira:

Nós tivemos 8.536 óbitos no total. Juntando os óbitos que aconteceram nos últimos 3 dias mais os óbitos antigos, então 615 são registros atualizados. São registros atualizados que estavam em investigação, no entanto não são todos que aconteceram nas últimas 24 horas. Destes 8% foram o incremento do total de casos”.

Os números foram divulgados tanto pelo Twitter oficial do Ministério da Saúde quanto pela página oficial de monitoramento da COVID-19 e são apenas os dados brutos. Para maior entendimento, o Ministério da Saúde em conjunto com a Secretaria de Vigilância e Saúde além da TV BrasilGov e demais iniciativas, publicam diariamente a leitura e explicação de gráficos e tabelas.

Em um dos trechos retirados da live realizada na TVBrasil Gov, explica com clareza os enganos que boa parte da imprensa está insistindo em divulgar:

 

Na noite desta quarta-feira (06), o Ministério da Saúde divulgou atualizações sobre os casos confirmados, em acompanhamento, recuperados, óbit0s totais, óbit0s nos últimos 3 dias e óbit0s em investigação.

 

O Secretário de Vigilância e Saúde, Wanderson de Oliveira, informou o número de 615 óbitos com um detalhamento mais aprofundado, bem como as explicações para maior entendimento dos valores apresentados:

 

Nós estamos fazendo esse monitoramento regularmente e para complementar a informação desses 615 óbitos registrados, nós estamos observando que do total 140 óbitos aconteceram nos últimos 3 dias: 11 em 6/5, 70 em 5/5 e 59 em 4/5, ou seja, não estamos falando que os 615 ocorreram de ontem para hoje. O que nós tivemos foi uma atualização da classificação final da ficha de investigação de 615 pessoas que estavam em investigação. Isso estava gerando muita confusão, então não são 615 óbitos em 24 horas”.

No dia anterior, na terça-feira (05), também foram divulgados números nestes mesmos moldes pelo Ministério da Saúde em seu Twitter oficial e uma live também foi feita para maiores esclarecimentos sobre os 600 óbitos da terça-feira, que também gerou diversas manchetes erradas nos maiores veículos de comunicação do país.

Porém, a grande imprensa alarmista não se conteve para divulgar, não somente a leitura dos dados de forma errada, mas também, ranquear o Brasil como um dos piores países do mundo no combate à COVID-19. E para piorar a situação a Organização Mundial da Saúde (OMS) endossou essa narrativa.

Segundo a matéria, minimamente duvidosa, publicada pelo UOL, “O Brasil representou 9,2% das mortes no mundo em 24 horas por covid-19 no mundo. Segundo o informe diário apresentado pela OMS, nesta quinta-feira, 6.500 mortes foram contabilizadas no mundo nas últimas 24 horas que antecederam o encerramento da contagem da agência. Desse total, 600 foram no Brasil”.


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