O oncologista e empresário da saúde Nelson Luiz Sperle Teich foi confirmado como o novo ministro da Saúde do governo Bolsonaro. Ele vai conduzir as ações da pasta durante o restante da pandemia do novo coronavírus no Brasil.
A mudança foi oficializada na tarde desta quinta-feira (16), quando o presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro Luiz Henrique Mandetta, que estava à frente do ministério desde o início do governo, em janeiro de 2019.
O novo ministro é considerado um dos principais oncologistas do país e é fundador do grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas). Ele oferece consultoria em Economia da Saúde para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, foi assessor de Denizar Vianna, atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, considerado um dos braços direitos do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
Teich também foi sócio de Denizar em um instituto de educação e pesquisa, o MDI.
Teich é ligado ao bolsonarismo, mas manifestou apoio ao chamado isolamento horizontal, de todas as pessoas, como forma de combater o avanço do novo coronavírus. O posicionamento é semalhante ao de Mandetta e vai contra o que defende o presidente Jair Bolsonaro, que em pronunciamentos já defendeu uma espécie de isolamento vertical, com distanciamento apenas de idosos ou pessoas com doenças de risco.
O novo ministro chegou a ser cotado para o posto após a eleição de Bolsonaro em 2018, mas quem acabou sendo chamado para o cargo foi Mandetta.
Segundo a Folha de S. Paulo, a avaliação de Bolsonaro é de que Teich poderia ter uma condução mais equilibrada das ações do Ministério, entre medidas para reduzir o número de mortes e iniciativas para atenuar o impacto econômico.
Em artigo publicado recentemente na rede social LinkedIn, Teich criticou o que chamou de "polarização" no debate sobre a pandemia do coronavírus no Brasil, entre grupos que defenderiam somente a saúde e outros, somente a economia e o mercado.
"Criar uma polarização, imaginando que de um lado estão as pessoas e do outro lado o dinheiro, pode ser um erro grave na avaliação do problema trazido pela Covid-19. Uma situação de competição pode gerar grande ineficiência na capacidade de interpretar a evolução da situação e na capacidade de ajustar o sistema de saúde e o dia a dia das pessoas adequadamente", diz um trecho do artigo.
Em pronunciamento na tarde desta quinta, Bolsonaro disse que conversou com o novo ministro e pediu a flexibilização de medidas de restrição adotadas no país.
- Gradativamente temos que abrir o mercado no Brasil. Essa grande massa de humildes não tem como ficar presa dentro de casa. O governo não tem como manter esse auxílio emergencial ou outras ações por muito tempo. Tem que começar a ser flexibilizado, para que não venhamos a sofrer mais com isso - afirmou.