A enurese, conhecida popularmente como xixi na cama, é um transtorno que atinge mais de 15% das crianças acima de cinco anos de idade. Apesar de algumas pessoas acharem que os episódios podem ser frescura ou preguiça dos pequenos em levantar para ir ao banheiro, a enurese tem tratamento médico e exige um diagnóstico realizado por um especialista. Uma coisa é fato: o sucesso na melhora do xixi na cama depende da dedicação dos pais, responsáveis e também das crianças.
Por isso, nesse período em que o Brasil passa por isolamento social, seguindo orientações dos órgãos de saúde e do governo, os pais podem aproveitar a rotina diferenciada, mais próxima dos filhos, para observar os hábitos de micção das crianças e dedicar atenção especial à melhora do xixi na cama.
"A enurese, muitas vezes, vem acompanhada de sinais diurnos, como urgência para urinar, perda de urina na roupa íntima, dificuldades para fazer xixi ou evacuar e ainda posições para contrair a bexiga, como cruzar as pernas, ficar nas pontas dos pés ou agachado. Estar atento a esses sintomas é essencial para o sucesso do tratamento", explica o médico Ubirajara Barroso Jr., urologista pediátrico, especialista em disfunção miccional.
A forma como pais e cuidadores lidam com o transtorno é o ponto principal na melhora da enurese. Utilizar de punições, sejam elas físicas ou emocionais, não vai ajudar, muito pelo contrário, a criança pode retroceder no tratamento. "Não podemos reprimir a criança. Não é culpa dela fazer xixi na cama, mas sim uma falta de amadurecimento do sistema urinário. Cada criança tem o seu tempo. Ao invés de criticar, trabalhe com o reforço positivo, ou seja, elogie as noites secas e exercite a paciência nos episódios de xixi na cama", ressalta o especialista.
Algumas dicas que podem ajudar na redução dos episódios de xixi na cama e os demais sintomas urinários diurnos: perceber quando a criança está retendo urinar e solicitar que ela vá ao banheiro; não deixar que ela passe mais de três horas sem fazer xixi; beber mais líquidos durante o dia para reduzir a ingestão noturna; dar espaço de pelo menos duas horas entre a última refeição e o sono; preparar comida com pouco sal e não ingerir cafeína à noite; reduzir bastante a quantidade de líquidos após a janta e ir ao banheiro antes de dormir. O hábito de dormir de fralda e acordar a crianças várias vezes a noite para urinar não ajuda em nada e pode atrapalhar.
Uma das ferramentas mais utilizadas para incluir a criança em todo o processo da terapia é o diário miccional. Nele, todos os hábitos miccionais dos pequenos são registrados, auxiliando assim o médico a identificar as possíveis causas do transtorno e definir quais os melhores tratamentos.
"É muito importante fazer o preenchimento do diário miccional. Além disso, a criança também precisa querer melhorar e, por isso, preencher essa ferramenta com os pais pode ajudar. Aproveitar essa convivência extra que a quarentena está proporcionando para conversar e apoiar o pequeno nesse período pode ser uma oportunidade para intensificar a diminuição dos episódios", acrescenta ainda o médico.
Encontrar atividades para distrair as crianças tem sido um desafio para os pais nesse período delicado de combate ao coronavírus. Uma opção lúdica, para unir diversão e cuidado com a saúde do pequeno, é o APP Sem Xixi na Cama, que armazena a rotina da criança com a relação de ingestão de líquidos, alimentos ingeridos, lembretes de quando ir ao banheiro, se fez xixi antes de dormir, se acordou molhado, entre outros no diário dia/noite.
Isso tudo com a ajuda do mascote "Pee", personagem lúdico e divertido que poderá ser personalizado de acordo com as interações da criança e seu relato da rotina. A versão pode ser adquirida gratuitamente pelo App Store e Google Play.