No Hospital São José de Criciúma, pacientes com demais quadros de saúde (não sendo síndrome gripal), podem ter apenas um acompanhante, desde que tenha entre 18 e 60 anos, sem doenças crônicas ou agudas; porém, as visitas foram suspensas até que a situação vivida atualmente devido ao Covid-19 seja normalizada.
Para amenizar a situação especialmente de pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, o comitê interno de combate ao coronavírus, resolveu criar uma nova estratégia: a visita virtual para os pacientes das Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s), que estejam lúcidos (de diversas patologias). A ação faz parte do trabalho de humanização da entidade, que busca todos os dias tratar os pacientes, e ajudar no processo de recuperação dos internados, mas, acima de tudo, trazer conforto às pessoas internadas neste momento tão delicado e a seus familiares também.
“ Entendemos que este tipo de situação não deve ser fácil para ninguém, sabendo que um familiar seu está doente, na UTI e não pode fazer visita. Isso é doloroso para quem está do outro lado. Por mais amor e cuidado que os pacientes recebam, ter o carinho da família sempre dá um alento, por isso resolvemos promover estas visitas, e realmente o paciente reage muito bem. A gente se emociona, mas eles ficam com um ânimo maior. Está sendo muito importante neste momento”, considera a enfermeira responsável pelas UTI’s do São José, Mariana Freitas Comin.
Como funciona:
A chamada acontece por meio de tablets fornecidos pelo próprio hospital. Antes da chamada virtual, para o responsável pelo paciente, o médico que cuida do estado de saúde da pessoa internada faz uma ligação para repassar todas as informações sobre o paciente. Logo depois, um comunicado é enviado para a família via WhatsApp avisando que, em breve, a chamada será realizada. Assim feito, a família respondendo que sim, o processo é feito para que o familiar possa ver como está seu parente internado por videochamada.
Um paciente de Braço do Norte que ficou internado na UTI por cinco dias foi o primeiro a participar da estratégia. Ele já recebeu e está bem, em casa, no processo de recuperação, mas conforme a sua filha, o momento em que esteve internado a chamada de vídeo foi muito especial.
“O momento foi muito importante para a família e para meu pai como paciente, pois ele também não tinha notícias da gente, por estarmos em casas separadas devido ao isolamento social. A gente sabia que ele estava muito bem cuidado, mas não tínhamos notícias da família e nem de minha irmã que foi com ele para o hospital. A chamada por vídeo ainda na UTI, acontecia uma vez por dia, as duas primeiras foram com minha mãe e depois já no quarto comigo, aí ele já estava bem e se recuperando. Creio que se não fosse a iniciativa do hospital e a tecnologia, não sei, toda esta situação mexe com nossa saúde mental, a ansiedade fica a flor da pele”, finalizou a filha.