10/01/2020 às 16h07min - Atualizada em 10/01/2020 às 16h07min

Cerveja contaminada que causou doença misteriosa foi comercializada em Santa Catarina

Belorizontina já circulou em empórios e restaurantes, mas distribuidora afirma que lotes contaminados não chegaram ao Estado

- 87 News
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A cerveja que causou uma doença misteriosa por contaminação em Belo Horizonte (MG) já foi distribuída em Santa Catarina. A suspeita é que dois lotes da Belorizontina, da cervejaria Backer, foram contaminados com um solvente conhecido como dietilenoglicol.

Dois lotes da Belorizontina foram contaminados – Foto: Cervejaria Backer/Instagram/Divulgação


Peritos investigam se o produto pode ter provocado uma doença que causou insuficiência renal e alterações neurológicas em ao menos oito pessoas. Uma morreu na terça-feira (7).

Distribuição em Santa Catarina

No site da cervejaria Backer consta a lista de distribuidores parceiros dos produtos pelo Brasil. Entre eles está a catarinense Santa Brígida, que tem a sede em Itajaí.

A reportagem do ND+ entrou em contato com o estabelecimento, que informou que não faz a distribuição da Belorizontina desde novembro – com lotes anteriores aos contaminados.

A distribuidora também informou que a cerveja em questão não chegou a ser encaminhada a mercados ou supermercados. A circulação à época ficou restrita a empórios e restaurantes.

Lotes contaminados e orientações

Segundo o laudo pericial, o produto foi identificado em garrafas dos lotes L1 1348 e o L2 1348.

Em coletiva de imprensa na noite dessa quinta-feira (9), a Polícia Civil pediu para que os consumidores que tiverem garrafas que correspondem a esses lotes evitem o consumo e, se possível, entreguem às autoridades para a continuidade das investigações.

As amostras analisadas pela perícia foram feitas em quatro garrafas que estavam na casa dos pacientes que apresentaram sintomas da síndrome renal neurológica.

Empresa vai retirar lotes de circulação

A empresa Backer informou que vai retirar de circulação os dois lotes da cerveja Belorizontina.

Um inquérito da Polícia Civil foi aberto nesta quinta-feira para analisar se, de fato, a cerveja foi a motivadora da doença e se a empresa produtora tem alguma responsabilidade sobre a situação.

De acordo com o superintendente de Polícia Técnico-Científica da corporação, Thales Bittencourt, o laudo deve ficar pronto em até 30 dias.

“No momento só é possível afirmar que foi encontrada essa substância em amostras recolhidas na casa de pacientes”.

Em nota, a Backer declarou que o dietilenoglicol não faz parte do processo de produção da Belorizontina e que o recolhimento dos lotes indicados pela polícia será uma medida de “precaução”.

Substância

O dietilenoglicol é uma substância química anticongelante utilizada no processo de resfriamento nas serpentinas durante a fabricação da cerveja.

As oito pessoas identificadas com a síndrome, até o momento, apresentaram sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito e dor abdominal associadas a uma insuficiência renal grave e de rápida evolução. Os pacientes também apresentaram outros sintomas, como paralisia facial, borramento visual, perda de visão, taquicardia e paralisia descendente.


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