07/11/2019 às 08h58min - Atualizada em 07/11/2019 às 08h58min

Santa Catarina é o estado com mais casos de sífilis adquirida

Em 2018, o Estado registrou o dobro de casos a mais que média nacional de sífilis adquirida; Florianópolis tem taxa elevada da doença entre jovens

- 87 News
DIVE/SC
 

Santa Catarina é o Estado brasileiro com mais casos de sífilis. Em 2018, foram registrados 164,1 casos a cada 100 mil habitantes, segundo levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde. O texto aponta ainda que a Capital, Florianópolis, foi que mais notificou novos casos da doença entre as 16 pesquisadas pelo órgão.

 

Casos de sífilis em Santa Catarina preocupam autoridades médicas – Foto: COSEMS/SP/Divulgação

O número assusta. Enquanto a média nacional é de 75,8 casos a cada 100 mil habitantes, o número de registros catarinense é quase o dobro. A tendência elevada acontece em Santa Catarina desde 2014 segundo a DIVE/SC (Diretoria de Vigilância Epistemológica).

“O Estado enfrenta um problema sério ao lidar com a sífilis. A Capital vive uma epidemia da doença há alguns anos, com casos registrados principalmente em jovens, que acabam não utilizando métodos de prevenção durante as relações sexuais”, comenta a ginecologista da Dive/SC Flávia Soares.

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, caracterizada pelo aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo. Ela causa lesões nos órgãos genitais — pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele — que podem aparecer de dez a 90 dias após o contágio.

O boletim epistemológico mostra que a doença vem avançando principalmente entre os jovens. A maior notificação da doença aconteceu entre jovens na faixa etária de 20 e 29 anos.

Flávia comenta que o combate a doença deve ser feito com campanhas de médio e longo prazo, alertando sobre os riscos e as formas de identificar a sífilis. O resultado dessas ações já é sentido na saúde do Estado.

Número da sífilis congênita diminui em SC

Os casos de sífilis congênita diminuíram em 2018 em Santa Catarina. No boletim epistemológico divulgado pelo Ministério da Saúde, o Estado aparece entre os três com menores índices da doença.

Quando a sífilis é transmitida de forma congênita, durante a gestação ou no momento do parto, os danos causados aos bebês podem incluir cegueira, surdez, má formação e deficiências mentais.

O combate é feito com um pré-natal completo, que contemple o maior número de exame visando a saúde da mãe e do bebê. Flávia explica que o Estado tem investido nesse setor, melhorando o atendimento.

Sintomas podem aparecer em três estágios

Os sintomas costumam aparecer em três fases. Na primeira acontece o aparecimento de lesões nos órgãos genitais, seguida pelo aparecimento de manchas vermelhas, febre, mal-estar e linfonodos na segunda fase.

O perigo da sífilis está na fase terciária, quando a doença fica assintomática. Este é o período mais grave da infecção, que pode comprometer o sistema nervoso central e o cardiovascular. A evolução do quadro pode levar o paciente a morte.

Sua prevenção é feita por meio do uso de preservativos durante relações sexuais. O contato íntimo desprotegido favorece a transmissão da bactéria Treponema pallidum, responsável pela doença.

A identificação da doença é feita por meio de um teste rápido disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Caso haja a confirmação da contaminação, o tratamento é iniciado com a aplicação de penicilina benzatina.


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