O secretário de Infraestrutura, Carlos Hassler, apresentou ontem, terça-feira (29), na comunidade de Cachoeira, em Praia Grande, para mais de 400 moradores da região, o projeto executivo da obra de pavimentação da SC 108, entre Jacinto Machado e a Capital dos Cânions.
Segundo Hassler, a pavimentação dos 31,2 quilômetros está orçada em R$ 111 milhões e para que seja realizada o governo terá que buscar uma forma de financiamento. “O governador está trabalhando para que Santa Catarina melhore a classificação C para B na Secretaria do Tesouro Nacional, e assim vamos poder abrir outros canais de financiamentos e alocarmos recursos para obras estruturantes no estado”, informou o secretário. De acordo com Hassler, enquanto não há os recursos será formada uma equipe na Secretaria de infraestrutura para, junto com lideranças da região, conversar com os moradores extremantes com a rodovia e tratar do processo de desapropriações das áreas. “Como o recurso para o processo de desapropriação é independente, podemos ir resolvendo cada caso e irmos pagando. Com isto, vamos garantindo um novo passo para que se possa realizar a obra”, comentou o secretário, ao informar que nos próximos meses estarão dando início as negociações de desapropriação.
Para o proponente do encontro, o deputado Zé Milton (PP), a noite desta terça-feira (29) deu início a uma nova fase. “Não estamos aqui dizendo que iremos realizar a obra amanhã ou depois. Hoje apresentamos o projeto executivo e vencemos mais uma etapa. O governo do Estado tem uma dívida com a nossa região pela falta de investimento ao longo dos anos. Nosso objetivo agora com o projeto em mãos é trabalhar para ver formas de conseguirmos os recursos necessários e apoiar o governo no que for possível”, informou Zé Milton.
O presidente da Associação Empresarial de Jacinto Machado Acijam, Adelor Emerich, declarou que a entidade está a disposição da Secretaria de Infraestrutura para auxiliar no contato com as famílias. “Tenho a certeza de que não haverá problemas nas desapropriações, nossa gente aguarda tanto essa obra que de “bom grado” vamos entrar em todas estas propriedades e resolver as desapropriações rapidamente. Conte com a nossa entidade e com a de Praia Grande”, declarou Adelor, que foi respaldado pelo presidente da Cooperja Vanir Zanatta.
“Hoje saímos satisfeitos com a sua vinda e seguros do que nos foi passado, sabemos que não é uma obra fácil e que levará um tempo para iniciar, mas vocês nos passaram confiança de que ela será realizada e ajudará em muito no escoamento da produção e desenvolvimento econômico”, falou Zanatta.
Desafogar o tráfego da BR 101
O engenheiro da Fiesc, Ricardo Saporiti, que fez o estudo da rodovia, destacou que além dela desafogar o trânsito da BR 101, uma vez que ela inicia na divisa com o Paraná e vem até o extremo sul, a SC-108 é primordial para a logística da região que tem potencial turístico, produção e arrecadação que comprovam e abonam o estado a executar a obra. “Somente o setor agrícola de Jacinto Machado e Praia Grande gera um PIB de R$ 429 milhões, uma arrecadação de ICMS de R$ 12,3 milhões e Tributos Federais de R$ 54 milhões. Só estes números já justificam a realização da pavimentação”, informou Saporiti.
"Sabemos das dificuldades financeiras momentâneas do estado, mas é uma obra viável, que corta o Estado, e apenas alguns trechos não estão pavimentados. Fácil não vai ser, mas com união de forças vamos tirá-la do papel”, finalizou Zé Miton.
Manutenção da rodovia
Uma das reivindicações da comunidade é a manutenção da rodovia. “Enquanto a pavimentação não sai queremos que vocês assumam o compromisso com a comunidade de realizar o patrolamento e manutenção da rodovia constantemente”, cobrou o agricultor Fabiano Amorim. Compromisso este garantido pelo secretário ao falar do Programa Recuperar do Estado. “Estamos assinando o Programa com a Amesc e, com isto, vamos ter a garantia da constante manutenção desta estrada”, declarou Hassler.
Estavam presentes no encontro o prefeito de Praia Grande Henrique Maciel, vice-prefeitos, vereadores de São João do Sul, Praia Grande e Jacinto Machado, agricultores e presidentes de entidades e cooperativas.