Entre as atividades estavam trilhas, plantios de mudas, oficina de sementes nativas, análise da qualidade das águas e contação de histórias. A ideia era promover uma imersão nesse bioma, que abriga mais de 70% da população brasileira e que precisa de um movimento universal de retomada para sua proteção, recuperação e garantia de futuro.
A Mata Atlântica sofre um processo acelerado de desmatamento. Atualmente, resta apenas cerca de 20% da cobertura vegetal original de um bioma composto por inúmeras espécies de plantas e animais. “A Mata Atlântica é um bioma extremamente rico em termos de biodiversidade, em espécies de plantas e de animais, mas também presta serviços ambientais à sociedade. Por exemplo, ela protege as nascentes e todo o fluxo hídrico e então ela garante a água não só para o nosso consumo, como também para o nosso desenvolvimento. Ela também regula o clima, protege o solo, é fonte de alimentos e tem princípios ativos que são utilizados nas indústrias de cosméticos e de remédios”, explicou Márcia Hirota.
Ela acrescentou que esse “patrimônio” nacional precisa ser preservado com urgência para as futuras gerações. “Precisamos agir, precisamos protestar, precisamos contribuir de alguma forma porque precisamos garanti-lo para o futuro. Temos que cuidar para que ele se perpetue”.
No Parque Trianon, localizado em plena Avenida Paulista e é um resquício remanescente da Mata Atlântica original, frequentadores participaram de uma caça ao tesouro, ou melhor, de uma "caça às árvores". Por meio do aplicativo Natu Contos, desenvolvido pela fundação e disponível gratuitamente para celulares, o público foi seguindo um caminho indicado pelo celular e conhecendo diversas árvores do Parque Trianon, entre elas, o pau-ferro, a embaúba e o jequitibá. Ao chegar a essas árvores, o aplicativo apresenta contos de autores da literatura infantojuvenil e que são narrados por artistas da música brasileira, como Lenine, Ney Matogrosso e Martn’alia.
Um dos participantes foi o autônomo e estudante técnico em meio ambiente Washington Alan, 45 anos. “Fazia tempo que eu não vinha aqui no parque e é muito interessante fazer essa visita guiada. Você tem acesso a informações que sozinho você não teria”, contou. Para ele, defender e proteger a Mata Atlântica é uma questão de sobrevivência. “Sem esse ecossistema saudável, não temos qualidade de vida. Essa proteção do meio ambiente é para o próprio bem-estar do ser humano”, acrescentou.
Quem estava no Parque Trianon também pode participar de uma saída fotográfica e até provar um açaí típico da Mata Atlântica, como fez a advogada Márcia Valéria, 66 anos, que participou das atividades ao lado do sobrinho Giovane, 11 anos. “Esse é um açaí mais leve, estou adorando”, disse a advogada.
Moradora próxima ao parque, Márcia Valéria revelou desconhecer que a área faz parte da Mata Atlântica. “Estou achando as atividades muito interessantes, com muito conteúdo, dando nomes de muitas árvores que eu não conhecia. Foi interessante conhecer mais sobre as plantas e sobre as árvores. É importante fazermos um movimento para a preservação da natureza. Acho que devia ter mais desses eventos para repercutir no Brasil todo”, afirmou.