O Dia Nacional de Combate à sífilis e à sífilis congênita é comemorado no terceiro sábado do mês de outubro. A data foi instituída no ano de 2017 com o objetivo de alertar a população para a importância do diagnóstico e tratamento adequado da doença. A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que tem cura. No entanto, é considerada um grave problema de saúde pública pelo aumento da ocorrência de casos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em todo mundo, a doença atinja mais de 12 milhões de pessoas. Em Santa Catarina, somente no ano passado, foram notificados 12.138 novos casos de sífilis adquirida, um aumento de 37% em relação ao ano de 2017, quando foram confirmados 8.848 novos casos. De acordo com a gerente de vigilância das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde de Santa Catarina, Nardele Juncks, em 2013, com a implementação dos testes rápidos no estado houve um aumento nos diagnósticos de sífilis e, com a ampliação em 2016, para todos os municípios e serviços de saúde este aumento ficou ainda mais evidente. Porém, outros fatores como o não tratamento, tratamento inadequado e o não acompanhamento destes casos também contribuem para a epidemia da doença”, explica a gerente.
Assim como a sífilis adquirida, os casos de sífilis em gestantes também vêm crescendo progressivamente no estado, aumento de quase 29% do ano de 2017 (1.882 casos) para 2018 (2018). Para a médica ginecologista da DIVE/SC, Flávia Soares, esse aumento confirma que a infecção segue avançando em Santa Catarina, mas também evidencia a eficiência na captação da gestante durante o pré-natal.
Outro dado importante é que, entre as gestantes, a média de tratamento tem se mantido acima de 90% no estado. Com relação à sífilis congênita, transmitida da mãe para o filho, em 2017 foram 668 novos casos e em 2018 foram 680, é uma das que mais preocupam. Ainda segundo a médica Flávia Soares, a infecção pode causar aborto, morte do feto ou deixar graves sequelas como cegueira, surdez, retardo mental e deformidades físicas. “Por isso a importância de fazer o teste, obter o diagnóstico e aderir ao tratamento o quanto antes”, ressalta.
Sífilis
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) transmitida, principalmente, pela falta de uso de preservativo durante as relações sexuais. Diferente de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis como o HIV, a sífilis tem cura. Outra forma de contágio é da mãe infectado para o bebê durante a gravidez e o parto.
A infecção costuma se apresentar como uma ferida nos órgãos genitais e ínguas nas virilhas. Algumas vezes, elas desaparecem com o tempo e podem dar a falsa sensação de cura. Depois de alguns meses também podem aparecer manchas no corpo e queda de cabelo. Se não tratado, como o tempo, a sífilis pode causar complicações mais graves como cegueira, paralisia, doenças cardíaca e cerebral que podem tanto deixar sequelas importantes como levar à morte.
Diagnóstico
A sífilis pode ser diagnosticada através da realização de testes rápidos. Os testes estão disponíveis gratuitamente nas unidades de saúde de todo o estado. Com apenas uma gota de sangue da ponta do dedo é possível ter acesso ao diagnóstico em, no máximo, 30 minutos. O teste detecta a infecção mesmo que tenha sido adquirida há muitos anos.
Ação em Florianópolis
Em alusão à data, na quinta-feira da próxima semana (24) haverá uma ação de prevenção à sífilis no centro de Florianópolis, próximo ao Terminal de Integração do Centro (TICEN). Entre as 8h e 17h haverá a realização de testes rápidos de sífilis, HIV, hepatites B e C; disponibilização de autoteste de HIV; orientação em saúde com foco na prevenção de IST e cuidados sobre a saúde sexual e reprodutiva; entrega de preservativos masculinos e femininos; entrega de materiais informativos como: folders, adesivos; e grupos de educação em saúde com palestras alusivas ao tema.
A ação será realizada pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, juntamente com os municípios de Florianópolis e São José, além do Grupo de Apoio a Prevenção da Aids (GAPA) e a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNPVHIV).