10/05/2023 às 17h13min - Atualizada em 11/05/2023 às 00h00min

Juiz da Lava Jato envia à PF novo depoimento de Tacla Duran

O advogado, que atuou para empreiteiras como a Odebrecht, relatou existir um esquema de “proteção” a doleiros a partir do pagamento de uma taxa ou “mesada”. Com o pagamento recorrente da taxa, não haveria “persecução penal” desses doleiros pelos procuradores da Lava Jato.

Agência Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-05/juiz-da-lava-jato-envia-pf-novo-depoimento-de-tacla-duran



O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal em Curitiba, encaminhou à Polícia Federal (PF) depoimento prestado pelo advogado Rodrigo Tacla Duran nesta terça-feira (9). Appio enviou o caso aos policiais federais por considerar graves os fatos relatados por Tacla Duran.



“Diante da imensa gravidade dos fatos supostamente criminosos noticiados na audiência da tarde de hoje [ontem, terça-feira] pela testemunha Rodrigo Tacla Duran, encaminhe-se cópia da presente audiência para o Sr. Superintendente da Polícia Federal do Paraná para as providências que julga cabíveis”, diz despacho do juiz.  



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Duran foi ouvido na condição de testemunha em denúncia contra o ex-presidente do Equador Jorge Glas.  



No depoimento ao juiz Appio, o advogado, que atuou para empreiteiras como a Odebrecht, relatou existir um esquema de “proteção” a doleiros, a partir do pagamento de uma taxa ou “mesada”. Com o pagamento recorrente da taxa, não haveria “persecução penal” desses doleiros pelos procuradores da Lava Jato. Segundo ele, quem não pagava a propina era denunciado e sofria ameaças para delatar. Ele cita o doleiro Wu Yu-Sheng e o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.  



Tacla Duran é réu em um dos processos da Lava Jato. 



Em março, durante audiência com o juiz Eduardo Appio, o advogado disse que foi alvo de perseguição por não aceitar ser extorquido durante o processo em que é réu.



Duran disse que foi procurado por uma pessoa que atuou como cabo eleitoral da campanha do então candidato ao Senado Sergio Moro e um advogado ligado à esposa dele, Rosangela Moro, que teria oferecido um acordo de delação premiada durante as investigações. 



A partir das menções, Appio decidiu enviar o caso ao Supremo, tribunal responsável pela análise de questões envolvendo parlamentares com foro privilegiado. 



Após a divulgação do depoimento, o senador Moro disse que não teme qualquer investigação: “Desde 2017 [Tacla Duran] faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou”. 



A Agência Brasil tenta conseguir contato com o doleiro Wu Yu-Sheng e o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-05/juiz-da-lava-jato-envia-pf-novo-depoimento-de-tacla-duran

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