11/04/2023 às 16h50min - Atualizada em 12/04/2023 às 00h00min

Trabalhadora do Espírito Santo será indenizada após sofrer homofobia

Justiça determinou indenização de R$ 10 mil a funcionária terceirizada da UFES, mas sindicato das trabalhadoras de empresas prestadoras de serviços pedirá aumento do valor.

Agência Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-04/trabalhadora-do-espirito-santo-sera-indenizada-apos-sofrer-homofobia



Uma funcionária terceirizada da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que foi vítima de homofobia, receberá uma indenização de R$10 mil. A decisão da Justiça do Trabalho tem como alvo a empresa Agile Empreendimentos e Serviços Eireli, que presta serviços de limpeza para a UFES. De acordo com a ação, Tamyris Merilho foi alvo de agressões verbais pelo chefe, por ser homossexual e teria sido demitida por esse motivo. 



Na sentença, testemunhas relataram que o supervisor da empresa jogava indiretas sobre a orientação sexual da funcionária e lia a bíblia no local de trabalho para reforçar a defesa de que “Deus fez a mulher para o homem”. O supervisor também teria sido racista e gordofóbico. Uma testemunha afirmou que ele deixava claro para todos que “não gostava de negra, gorda e homossexual”.



Notícias relacionadas:

Na sentença, a juíza Anielly Menezes Silva afirma estar convencida de que Tamyris foi vítima de agressões morais e discriminação em razão da sua orientação sexual e que a dispensa do emprego teve relação com o fato.  Tanto a vítima quanto a empresa ainda podem recorrer da decisão. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Prestadoras de Serviços de Asseio e Conservação do Espírito Santo (Sindilimpe), Evani dos Santos Reis, autor da ação, informou que vai pedir aumento da indenização.



“O Sindilimpe entende que R$ 10 mil não pagam tudo que essa pessoa passou, então estamos, sim, recorrendo. Nós agradecemos a Justiça do Trabalho por esse reconhecimento, mas a gente entende que foi um valor muito baixo, e essa pessoa continua fazendo assédio com vários trabalhadores, é uma pessoa muito preconceituosa. A gente repudia qualquer outra empresa terceirizada e representante que não respeite a opção sexual, de gênero e a etnia de cada um”, acrescentou Reis.



A reportagem não conseguiu contato com a  Agile Empeendimentos e Serviços Eireli. Na ação, a defesa da empresa negou os fatos, afirmando que a trabalhadora sempre foi respeitada e jamais foi questionada a respeito de sua sexualidade.



Em nota, a Universidade Federal do Espirito Santo informou que vai realizar uma apuração interna para verificar se a empresa poderá sofrer alguma sanção. A nota também reafirma o compromisso da UFES com o respeito à diversidade e repúdio a qualquer prática de homofobia.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-04/trabalhadora-do-espirito-santo-sera-indenizada-apos-sofrer-homofobia
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? Fale conosco pelo Whatsapp