13/03/2023 às 20h14min - Atualizada em 14/03/2023 às 00h02min

Justiça mantém condenação de acusado por morte de indigenista espanhol

Ex-delegado da Polícia Civil Ronaldo Antônio Osmar foi condenado a mais de 14 anos pelo assassinato de Vicente Cañas Costa. Crime ocorreu em 1987, na TI Enawenê-Nawê.

Agência Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-03/justica-mantem-condenacao-de-acusado-por-morte-de-indigenista-espanhol

A Justiça Federal manteve a condenação do ex-delegado de Polícia Civil Ronaldo Antônio Osmar a mais de 14 anos de prisão pelo assassinato do missionário espanhol Vicente Cañas Costa. O crime ocorreu em 1987, na Terra Indígena Enawenê-Nawê, no Mato Grosso.



A decisão foi proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que negou recurso contra condenação. O acórdão da decisão foi publicado no dia 6 de março.



Conforme a acusação do Ministério Público Federal (MPF), o ex-delegado arregimentou os executores do crime, orientando sobre a execução e pagando pelo crime, além de participar das diligências que buscavam esclarecer a morte do missionário.



Antes de ser assassinado, Cañas viveu na região por dez anos e denunciou a presença de madeireiros e fazendeiros nas terras indígenas do noroeste do Mato Grosso. Ele participou do grupo de trabalho da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que elaborou os estudos de demarcação da terra Enawenê-Nawê.



Histórico



Em 2006, o ex-delegado foi absolvido pelo tribunal do júri. Em seguida, o MPF recorreu. A decisão foi anulada, em 2015. Em 2018, em novo julgamento, o júri o condenou a mais de 14 anos de prisão em regime fechado.



O crime ocorreu em abril de 1987, quando o missionário foi atacado com uma facada na barriga. O assassinato ocorreu nas margens do Rio Juruena, e o corpo foi encontrado 40 dias depois por indígenas e outros missionários, como o padre Thomaz de Aquino Lisboa, que também fez os primeiros contatos com os indígenas Enawenê-Nawê, na década de 1970.



A Agência Brasil não conseguiu localizar a defesa do ex-delegado para comentar a condenação.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-03/justica-mantem-condenacao-de-acusado-por-morte-de-indigenista-espanhol
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