07/02/2023 às 16h06min - Atualizada em 08/02/2023 às 00h00min

Crimes na web contra crianças se modernizaram, dizem especialistas

Além do aumento nas denúncias, o que se observa é uma evolução das ferramentas usadas pelos criminosos, disse procuradora da República Priscila Schreiner.

Agência Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-02/crimes-na-web-contra-criancas-se-modernizaram-dizem-especialistas



Em 2022, o Brasil totalizou 111.929 denúncias de armazenamento, divulgação e produção de imagens de abuso e exploração sexual infantil, encaminhadas à organização não governamental Safernet. O dado foi divulgado hoje (7), pela entidade, que realiza evento para marcar o lançamento do balanço, com autoridades no assunto, na capital paulista.



Em 2021, o número foi 9,9% menor. Naquele ano, a central recebeu 101.833 notificações desse tipo de crime.



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Para a procuradora da República Priscila Costa Schreiner, que integra um grupo de combate a crimes cibernéticos do Ministério Público Federal, além do aumento nas denúncias, o que se observa é também uma evolução das ferramentas usadas pelos criminosos. Isso tem feito com que equipes especializadas no enfrentamento busquem se atualizar.



Priscila pontuou, ainda, que o aumento de violações a criança acompanha um crescimento quanto à conscientização sobre a importância de comunicá-las. "O mundo do crime se moderniza, se moderniza com muito mais velocidade dentro da internet", complementou.



A pesquisadora Jessica Taylor Piotrowski, docente da Universidade de Amsterdam, disse que, atualmente, medidas como a restrição de idade não têm mais adiantado, sozinhas. Tal questão também foi levantada pela pesquisadora Veriety McIntosh, especialista em realidade virtual.



Em sua apresentação, Jessica ressaltou que a internet tem, hoje, um grau maior de complexidade e que há recursos que as crianças ainda não compreendem em sua totalidade. Como exemplo, a docente citou a inteligência artificial, algo revelado por um estudo de que participou.



Sobre os riscos a que as crianças estão sujeitas, ao acessar a internet, Jessica pontuou aspectos que também podem persistir na vida adulta, como a pornografia infantil, transtornos alimentares, a desinformação e a FOMO, sigla que, em inglês, resume a ideia de "medo de perder algo/algum acontecimento importante". "Hoje, as pessoas têm uma hora a menos de sono, para ficar usando os dispositivos", disse.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-02/crimes-na-web-contra-criancas-se-modernizaram-dizem-especialistas
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