Os pedágios aprovados para a região Sul de Santa Catarina, com quatro praças previstas entre Florianópolis e Passo de Torres, incluindo uma em Laguna, seguem provocando debates não só entre a população, mas entre a classe política do estado.
Para o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), deputado Júlio Garcia (PSD), a implantação de praças de pedágio é válida, porém que o motorista arque com cobranças justas. “Os pedágios são uma necessidade já que o governo estadual e nem federal têm condições de manter as rodovias, agora o pedágio não pode ser uma extorsão. Tem que ser um preço que possa ser pago. Ninguém se furtar a pagar, desde que seja condizente”, afirma.
“A bancada do Sul vai estar unida contra esse tipo de preço”, enfatiza Garcia.
Garcia avalia que a cobrança estipulada pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) é inaceitável. O pensamento dele é compartilhado pelo colega de parlamento Felipe Estevão (PSL). “É um tapa na cara da sociedade. Querem empurrar goela abaixo quatro pedágios a R$ 4,70, com distâncias de 35 a 40 quilômetros [entre cada praça] e vamos levantar esse enfrentamento. Não podemos ficar calados mediante essa afronta”, dispara o parlamentar.
Uma das praças de pedágio deve ser implantada na região carbonífera catarinense, nas proximidades de Araranguá. Questionado sobre o assunto, o deputado federal Ricardo Guidi (PSD), que é natural daquela região, disse ver com preocupação a cobrança. “A manutenção de uma rodovia é muita cara e a gente entende a necessidade de ter o pedágio. Mas, temos que querer uma condição parecida com a do Norte do estado, com praças mais distantes e tarifas mais baixas”, comenta, acrescentando que planeja reunir os deputados catarinenses para discutir o assunto na sede da ANTT na capital federal.
A intenção do órgão federal que regula o transporte no país, é instalar praças em Laguna, próximo do limite com Imbituba (km 298), Tubarão, divisa com Treze de Maio e Jaguaruna (km 346), Araranguá, divisa de Maracajá (km 408) e São João do Sul, divisa com Passo de Torres (km 460).
Segundo o Programa de Exploração da Rodovia (PER), o trecho a ser concedido tem extensão total de 220,42 quilômetros em pista dupla. Além de atender diretamente os 17 municípios interceptados pelo trecho rodoviário, dá acesso também ao Porto de Imbituba.
De acordo com os estudos a empresa vencedora do leilão deve fazer um investimento e ter gastos de despesas operacionais no valor de R$ 6,52 bilhões.