23/09/2019 às 10h00min - Atualizada em 23/09/2019 às 10h00min
Conrado Contessi: "O tênis de mesa me move"
No Dia Nacional do Atleta Paralímpico comemorados ontem (22), conheça a história do mesatenista do Mampituba/FME
Natan Torquato - 87 News
O ano era 2007. A família do advogado e atleta de tênis de mesa, Conrado Contessi, voltava de uma de suas habituais viagens de férias no dia 30 de dezembro, quando um acidente de trânsito aconteceu. Em uma saída de pista, Contessi, naquela época com 22 anos, sofreu uma lesão medular, que lhe causou tetraplegia parcial.
Os primeiros seis meses após o acidente foram no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, destinado ao atendimento de vítimas de politraumatismos e problemas locomotores, objetivando sua reabilitação. Foi lá que Contessi teve um novo contato com o tênis de mesa, esporte que antes era considerado apenas um hobby. "Tinha uma mesa na praia em que costumávamos bater uma bolinha, só de brincadeira", relembra. "No Hospital eles apresentaram vários esportes e eu me adaptei rápido ao tênis de mesa", completa.
Em Criciúma, o tênis de mesa paralímpico começava a ser difundido, coincidindo com a data de retorno de Contessi da reabilitação em Brasília. Foi a partir daí que o mesatenista da Sociedade Recreativa Mampituba/ Fundação Municipal de Esportes (FME) de Criciúma começou a treinar com o técnico Alexandre Ghisi.
"O tênis de mesa me proporcionou e segue me proporcionando muitas alegrias, campeonatos, vitórias e viagens. É uma satisfação muito grande poder treinar buscando resultados. Hoje, o tênis de mesa me move. Me faz sair de casa para enfrentar o dia a dia", destaca.
Títulos
Atualmente, são mais de 30 medalhas conquistadas. A primeira, lembra Contessi, foi uma prata em uma competição estadual. "Depois disso, conquistei várias medalhas. Tenho algumas de ouro, prata e bronze em competições em nível nacional e internacional. São as minhas conquistas mais importantes", revela.
Uma de suas principais e mais marcantes conquistas aconteceu recentemente. No dia 24 de agosto, o atleta Mampituba/FME recebeu a medalha de bronze como mesatenista Classe 1 nos Jogos Parapan-Americanos 2019.
"Foi a primeira vez que participei da competição e consegui conquistar essa medalha. Minhas medalhas significam um sonho realizado e um trabalho sendo bem feito. Mas, conquista-las não é o mais importante. O mais importante é colocar em prática o que foi treinado. As medalhas são consequências do esforço", frisa.
A importância do esporte
O esporte surgiu para Contessi como uma forma de reabilitação, mas hoje faz parte de sua vida. Ele pontua que a prática de atividades físicas é importante para qualquer pessoa com deficiência física. "O esporte faz com que a pessoa busque por resultados, queira atingir metas e lute por seus objetivos", diz.
O atleta esclarece, ainda, que o esporte também é exerce grande influência na vida social. "Ele tira a pessoa com deficiência de casa. Isso é importante. Tem muita gente que não sai de casa por vergonha ou por não querer companhia. O esporte pode auxiliar, e muito, neste sentido", revela.
Sem incentivo
Apesar de sua importância, tendo, inclusive, um dia especialmente dedicado a ele (22 de setembro) o atleta paralímpico ainda é pouco valorizado e incentivado no Brasil. "Isso acontece tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada. E é um erro. O esporte tem o poder de mudar a vida das pessoas com deficiência física e precisa ser incentivado", finaliza.