O Tribunal de Julgamento do impeachment decidiu absolver o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), da acusação de crime de responsabilidade. A decisão final ocorreu em votação nesta sexta-feira (27) no plenário da Assembleia Legislativa (Alesc), e agora Moisés poderá voltar ao cargo após um mês de afastamento.
O placar da votação terminou em 6 votos a 3 pela absolvição do governador. Também houve uma abstenção, do deputado Luiz Fernando Vampiro (MDB). A maioria dos desembargadores e deputados estaduais que formam o Tribunal de Julgamento entendeu que não houve crime de responsabilidade no aumento salarial concedido por Moisés aos procuradores do Estado.
A decisão já era esperada após o julgamento dos desembargadores do Grupo de Câmaras do Direito Público do TJ-SC, que ocorreu na quarta-feira (25), e que teve o entendimento de que a equiparação salarial foi legal.
Como a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), já havia sido inocentada nesse processo de impeachment na primeira votação do tribunal, no mês passado, o processo se encerra agora com a absolvição de ambos. Após Moisés ser notificado e voltar ao cargo de governador, Daniela retornará ao posto de vice.
Contra o impeachment de Moisés
Desembargador Carlos Alberto Civinski
Desembargador Sérgio Antônio Rizelo
Deputado Maurício Eskudlark (PL)
Desembargadora Cláudia Lambert de Faria
Desembargador Rubens Schulz
Deputado Laercio Schuster (PSB)
A favor do impeachment
Deputado Sargento Lima (PSL)
Desembargador Luiz Felipe Siegert Schuch
Deputado Kennedy Nunes (PSD)
Abstenção
Deputado Luiz Fernando Vampiro (MDB)
A sessão do Tribunal de Julgamento durou cerca de cinco horas e chegou a ter um pedido de vista, feito pelo relator do processo, o deputado Kennedy Nunes (PSD). Caso se concretizasse, a solicitação faria com que o julgamento fosse suspenso e remarcado para outra data. Porém, o próprio Kennedy reconsiderou o pedido após debate entre os membros do tribunal em que a maioria deles indicou voto contrário ao impeachment.
O pedido de impeachment rejeitado nesta sexta não tem relação com a compra de respiradores no início da pandemia de Covid-19. Nesse caso, um segundo pedido de impeachment tramita e aguarda a primeira votação no tribunal de julgamento. Ainda não há data para a votação.
Esse processo pede o afastamento de Moisés por conta da compra dos 200 respiradores por R$ 33 milhões. Desta vez, somente o governador foi alvo de processo – o pedido que envolvia a vice foi arquivado ainda na comissão especial que fez a primeira análise do caso.