O Bitcoin tem ganhado destaque, com um aumento exponencial na procura, proporcionado pela taxa SELIC em baixa. Em épocas de crise os maiores investimentos são: o ouro e a terra, atualmente o Bitcoin é o terceiro maior investimento no país. Segundo estimativa feita pela ABCripto em 2019, o mercado de bitcoin tem por volta de 2 milhões de clientes, sendo um mercado de 4 bilhões de tradings, que atuam na compra e venda, 700 milhões na custódia, equiparados à bolsa de valores onde há no último levantamento cerca de 1,7 milhões de clientes, sendo 2.000 trabalhadores, o mercado supera em diversos pontos. A valorização do Bitcoin foi de 110% no último ano no Brasil, com um aumento de 65% durante a crise, números que admiram e assustam. Mas o que realmente é importante para ser um investidor neste mercado?
De acordo com Bernardo Srur — Executivo responsável por Riscos e Compliance e Representante do Mercado Bitcoin no Conselho Fundador da ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia) — o perfil brasileiro dos investidores ainda é muito conservador: “Para este negócio é necessário ter escalabilidade, capacidade de retroalimentação e alavancagem de valuations, que potencializa a rentabilidade dos capitais próprios e traz novos investidores. A operação no mercado financeiro exige conhecimento técnico, capacidade de negociar e agressividade na forma, o investidor deve ter know how, conhecer bem o mercado para conseguir enxergar um panorama geral e unir as pontas, e dessa forma, capitalizar o recurso. O Bitcoin é uma potência digital, 100% conectado as bases de dados e diferente do mercado regulador da bolsa, a falta de regulação no mercado de Bitcoin não impede a prevenção das práticas ilícitas. As exchanges possuem rastreamento do capital inserido, é possível identificar todas as transações com uma ação de monitoramento muito mais rápida e mais integrada, do que dos bancos tradicionais. Trata-se de tecnologia e Inteligência”.
As criptomoedas operam hoje 10 bilhões ao ano. Neiva Gonçalves, diretora de carreira da Success People — empresa de desenvolvimento pessoal e gestão de pessoas — que promoveu um encontro com Bernardo no último mês questiona o modelo de operação das exchanges durante a crise: “O grande diferencial do Bitcoin é que a plataforma opera por si só. Este mercado é apaixonante, nossa operação não sofreu nenhum impacto durante a pandemia, já que o nosso grande diferencial sempre foi operar digitalmente”, comenta Bernardo.
Durante a consultoria, Bernardo trouxe diversas dicas de como quebrar estes paradigmas, falou sobre abordagens e competências necessárias para inovar, fez uma leitura do cenário do mercado atual e das novas tecnologias. Compartilhou suas vivências pessoais, realizando uma análise das empresas por onde passou e deixando todos os participantes ávidos pelo desejo de empreender. “A tecnologia transformou o mundo e vai continuar transformando. Neste negócio é preciso conhecimento técnico, não se trata de experimentar, mas de ousar no terreno que se conhece. Vejo que as Startups, são dominadas pelos jovens, mas os “startupeiros”, estão acima dos 35 anos. O mercado de Bitcoin gerou uma contratação exponencial durante a pandemia, ainda é uma moeda cara para se manusear no mercado, e tem a característica de renda variável, o mercado brasileiro é resistente, mas vamos continuar avançando, pensando em inovar com segurança. Para ser um inovador é necessário ter o espírito empreendedor, a cultura brasileira é muito conservadora, este conservadorismo atrapalha a inovação, precisamos correr mais riscos”.