Nos últimos anos, as pesquisas de vendas de e-commerce traziam o mês de novembro como o mais aquecido do ano, e o mérito era da famosa Black Friday, temporada em que todo comércio online e off-line realiza promoções agressivas de produtos e serviços para consumidores de todo o Brasil. Como 2020 tem sido um ano atípico, as previsões não parecem ser tão promissoras para o período, já que o isolamento social trouxe ao mercado uma verdadeira antecipação da época de ofertas.
Segundo a Petina Soluções, empresa especialista em negócios digitais e gestão de negócios online para indústrias e importadoras, os números deste ano devem ser bem diferentes dos anteriores. Em 2019, as vendas online registraram um aumento de 23% durante a Black Friday em relação ao ano anterior, somando R$ 3,2 bilhões em vendas. A Petina garante a inserção de diversos tipos de negócios nos principais marketplaces do mercado, fazendo com que as vendas online ocorram quase instantaneamente. Os produtos ficam expostos virtualmente nos principais gigantes do País como Mercado Livre, Americanas, Submarino, Magazine Luiza, Amazon e Carrefour em até 30 dias sem que a indústria se preocupe com os principais desafios deste mercado como implementação e integração de sistemas, gestão de cadastro de produtos, gestão digital de logística, gestão de vendas e atendimento pré e pós-venda.
Com cerca de 41 milhões de consumidores online, este mercado cresceu – e muito – em 2020, o que significa que os chamados “consumidores pontuais” de novembro talvez já tenham se diluído nos outros meses do ano. O medo de um futuro econômico incerto e a tentativa de gastar menos ajudam a tornar o cenário ainda menos promissor – pesquisas mostram que o consumo das famílias deve recuar 7,1% em 2020. Produtos considerados de primeira necessidade são os que ainda devem apresentar alta nas vendas no período, assim como no começo deste ano.
A mudança de hábitos imposta pelos novos protocolos de saúde e a necessidade de isolamento criaram novos tipos de consumidores e, segundo a Petina Soluções, "estamos vivemos um momento entre a pausa e o recomeço, já que as pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre como serão suas novas vidas ou como será o chamado “novo normal” - 49% das pessoas continuam ficando em casa pelo maior tempo possível enquanto 21% afirmam não ter mais condições de manter o distanciamento social".
E para este novo momento, a nova pergunta feita na hora compra é se realmente aquele produto ou serviço vale a pena; o entretenimento dá lugar à necessidade e o mercado de vendas online está atento a esta alteração.
Analisando o cenário passado e atual, é possível ver que:
- 58% dos brasileiros estão consumindo menos por questões financeiras
- 64% ainda compram por gosto e não apenas por necessidade
- 50% afirmam que comprar na rede distrai e alivia o estresse
- 54% estão comprando mais online que antes da pandemia
- 38% estão comprando online itens que costumavam comprar em lojas físicas
- 26% afirmam que WhatsApp se tornou sua principal ferramenta de compra
Sendo assim, para Rodrigo Garcia, gestor da Petina Soluções, em 2020 será uma Black Friday muito mais voltada a bons negócios do que a simples consumo para aproveitar ofertas e preços baixos. A dica de ouro é trocar o apelo do preço por motivadores de compras e experiências. Em outras palavras, a compra precisa valer a pena não só financeiramente, mas também ser uma escolha viável, prazerosa e inteligente.
Tendências de consumo
A Petina Soluções, ainda com base em sua experiência, lista algumas tendências que chamam a atenção para a Black Friday no Brasil em 2020:
(Fonte de pesquisa: Google – Estudo Black Friday 2020)